Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

Torcida do Fluminense está excluída do jogo mais importante de sua vida

É certo que o Maracanã ficará lotado para a final da Libertadores entre Fluminense e Boca. Quem estará presente é que é a incógnita.

Ingressos com preços abusivos, jogo único, metade (pouco mais, pouco menos) do estádio será de torcedores argentinos, outra boa parte de gente muito rica que pôde pagar pelo ingresso mas não é necessariamente torcedor de nenhum dos dois times e mais uma parte de tricolores que raramente vão ao estádio mas que, como são ricos e têm como bancar cinco mil reais no mercado paralelo por um ingresso, conseguiu o seu.

De fora do estádio, a massa tricolor. Essa galera que vai aos jogos menos importantes ou, ainda mais triste, a galera que torce e se descabela de longe porque já não tem mais como gastar com ingressos que não são populares.

O futebol virou isso: para ir ao estádio, precisa ser rico. Quanto mais importante o jogo, mais verdadeira a frase.

Final única é uma aberração da Conmebol colonizada. É cafona por princípio porque é cafona imitar aqueles que nada têm a ver com a gente. É cafona querer ser UEFA. É cafona encher o jogo de protocolos. É cafona ter hino para campeonato. É tudo cafona.

A quantidade de tricolores que não pode sequer pensar em ir ao jogo é imensa. Há os que até poderiam ir se o ingresso fosse vendido a um preço decente. E, claro, há os que poderiam ir se fosse uma final com dois jogos.

A Conmebol não está nem aí. Não se preocupa com o futebol. Se preocupa com o negócio. E o negócio vai bem, obrigada. Tem dinheiro de patrocinador, tem contratos rentáveis, tem até um caixa feito com multa aplicada em casos de racismo. Tudo sob controle.

Quem pode pagar, é bem-vindo. Temos espaços com ar condicionado, vinho, espumante, buffet. É só chegar. Não tem como pagar? Trabalha mais que, ano que vem, quem sabe, você poderá estar com a gente.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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