Milly Lacombe

Milly Lacombe

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Gabriel Barbosa precisa de um amigo

Gabigol assina duas Libertadores para o Flamengo. Fez parte de times avassaladores que causavam terror nos rivais. Ganhou a idolatria da maior torcida do Brasil. E achou que nada tiraria seu estrelato.

Gabriel Barbosa estava errado.

A torcida do Flamengo jamais esquecerá o que ele fez, mas, com as atitudes recentes, ele vem perdendo aceleradamente capital simbólico.

Faz tempo que não joga nada, parece fora de forma e negligente. Depois do empate com o Fluminense, quando foi expulso sem dar um chute a gol, postou uma foto sua sorrindo. Depois da eliminação da Libertadores, celebrou seu aniversário com um festão de arromba. E agora, no dia do aniversário do clube, derrapa magistralmente ao se comparar a alguém incomparável: Zico.

Nas redes sociais Gabriel fez uma postagem de péssimo gosto: ele e Zico sentados lado a lado em cadeiras ao estilo dos reis. Em seu colo, duas Libertadores; no de Zico, uma. Zico tem expressão de chateação, Gabriel sorri.

Ruim. Horroroso. Vulgar. Pequeno. Infantil. Amargurado.

Pra começar, Zico tem um mundial que Gabriel não tem. O time de Gabriel, aliás, deu vexame no último mundial disputado.

Mas não quero falar de taças; quero falar de afetos. Ninguém mobilizou afetos com a camisa Rubronegra mais do que Zico. E afeto não é só taça: é entrega, é presença, é respeito, é amor, é paixão, é disciplina, é usar o manto como pele. Quem viu Tita, Rondinelli, Junior e Adílio jogarem sabe que eles são maiores do que Gabriel.

Continua após a publicidade

Gabigol nunca será. Jamais será. Não será se seguir se comportando como um garoto mimado incapaz de enxergar qualquer coisa que não seja o próprio reflexo.

O dia é do Flamengo e não de Gabriel. Mas ele não resistiu à tentação de falar de si. O craque precisa de um amigo sincero que coloque as coisas em perspectiva. Todo mundo precisa de uma pessoa assim quando começa a desvairar.

Não é de bom tom, Gabriel Barbosa. Não é com marketing, pirraça e geração de imagem por inteligência artificial que você voltará a aumentar seu capital simbólico. Muito menos cutucando aquele que você jamais alcançará.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes