Eleição no Corinthians: a escolha é entre o machismo e a misoginia
O candidato da oposição, Augusto Melo, é acusado de mandar mensagens de tom repugnantemente misógino para uma conselheira. A situação faz um barulhão. Não pode. Olha que horror esse candidato que está disputando com a gente. Trata-se de um machista.
A situação que agora esperneia teatralmente contra o machismo do candidato rival é a mesma que contratou um treinador condenado (condenado e não acusado) pelo envolvimento no estupro de uma vulnerável. A mesma que deu as costas ao time feminino que ousou se manifestar contra a violência de gênero. A mesma que, através de seu atual candidato, conhecido como André Negão, que na época presidia o Conselho de Ética, arquivou casos de ameaça de agressão a outras conselheiras por parte de um conselheiro conhecido como Mané da Carne. Mané da Carne apoia a candidatura de André Negão.
Essa é a chapa da situação que agora sobe nas tamancas para apontar o machismo e a misoginia da oposição.
O Corinthians está em apuros.
O que tem sido anunciado como quitação de uma dívida está mais para o perdão de uma dívida. Iniciativas de última hora para que a chapa que manda no clube há 16 anos siga no poder. Do lado de lá, um candidato que manda mensagens misóginas e cujo vice é acusado de financiar uma tentativa de golpe de estado.
Não importa quem vença a eleição do sábado, já sabemos quem sairá derrotado: as corintianas. Não custa repetir uma verdade dolorida: mulheres que gostam de futebol gostam de um esporte que as detesta.
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