Milly Lacombe

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Fluminense quer formar time profissional com 50% do elenco vindo da base

Paulo Angioni, diretor de futebol do Fluminense, revelou durante o Podcast Charla que a meta do Fluminense é ter pelo menos metade do elenco vindo de Xerém. Hoje esse número está em 35% e em 2024 a meta é alcançar 40%.

Assim como na vida, no futebol alguns chegam ao sucesso precocemente enquanto outros precisam de mais tempo. Um jogador com 21 anos que ainda não chegou à titularidade do time principal não pode se comparar, por exemplo, a Endrick, que chegou lá com 16.

Angioni explica que o trabalho de transição é complexo e diz acreditar que essa é a profissão do futuro no futebol. Existem mais coisas envolvidas do que apenas os recursos técnicos dos jovens e das jovens. Existem traumas, medos, dores, sonhos, desejos. Tudo isso precisa ser colocado na conta que separa o caminho entre o anonimato e o estrelato.

O futebol é um ambiente com mais histórias de fracasso do que de sucesso. Não é, ao contrário do que dizem, uma possibilidade de ascensão social. Mais da metade dos jogadores profissionais recebe menos de um salário mínimo. Os milionários não chegam a 10%. Os bilionários não completam 2%.

A transição é importante também porque alguns desses jovens nem no futebol ficarão. A partir daí, o que fazer? Abandonar o rapaz ou a moça pelo caminho? Há múltiplas profissões ligadas ao futebol que podem ser ofertadas a quem se interessar em estudá-las. Os clubes devem se preocupar com isso e não apenas em formar John Kennedys e Andrés.

No Fluminense essa preocupação existe em muitos aspectos. O time profissional conta não apenas com uma psicóloga mas também com assistente social porque a administração compreende que as famílias também precisam ser amparadas.

O Fluminense faz, no campo e fora dele, um trabalho que será estudado e precisa ser a cada dia mais celebrado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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