Eis aqui o motivo pelo qual acredito que o Fluminense vencerá o City
Não é meu incorrigível e muitas vezes destrambelhado otimismo que me faz acreditar que o Fluminense vencerá o poderosíssimo City na sexta feira. Tampouco seria justo dizer que aposto no tricolor apenas porque ele faz meu coração bater mais acelerado. Claro que todas essas coisas devem influenciar meu prognóstico, mas quero aqui falar de um outro aspecto, mais objetivo e concreto.
Fernando Diniz estuda o City há bastante tempo. Faz isso porque estamos falando do time mais badalado dos últimos anos. Faz isso porque o City é comandado por Pep Guardiola, o treinador que todos buscam imitar e inspiração de milhões de pessoas pelo mundo. Ídolo e profissional multicampeão. Diniz é um obcecado estudioso e o City faz parte de seu material.
Diniz aprofundou os estudos na medida em que participar do mundial virou realidade. Sem esquecer que haveria uma semifinal antes da final, o treinador se entregou a analisar todas as características do possível adversário de forma obcecada - um estilo que é bastante seu.
Conhecer o inimigo é vantagem competitiva importante.
Guardiola deve estar, imagina-se, estudando o Fluminense agora que sabe que será seu adversário na final. Mas até pouco tempo Guardiola não sabia como o Fluminense jogava nem que estilo inovador de jogo era esse a respeito do qual muita gente estava falando.
Não importava muito para ele nem para o City conhecer melhor o Fluminense, Diniz e seus métodos inovadores. O City é o City, esse reservatório de poder e dinheiro que organiza um time capaz de vencer qualquer outro a qualquer momento sem precisar sequer estudar para saber como jogam seus rivais.
É possível que o City vença o Fluminense ainda que Guardiola não tenha estudado o adversário na mesma medida, com a mesma intensidade e com a mesma fúria que Diniz estudou o City. Aliás, esse seria o destino natural dessa taça. Ficaria com o time mais poderoso. Acontece todo dia.
Mas talvez não seja esse o destino dessa vez. Talvez a petulância de não ligar muito para que tipo de revolução é essa aí proposta por um time sul-americano custe caro ao City. Talvez o Dinizismo surpreenda Guardiola de forma absoluta e incontornável. Talvez o Fluminense entre em campo motivado a fazer a partida de sua vida a tal ponto que vencer o poderoso City seja um resultado alcançável.
A arrogância é o calcanhar de Aquiles dos poderosos. É a porta pela qual passam todas as zebras do mundo futebolístico. É o melhor indutor para erros e deslizes.
Falta pouco para sabermos como será o encontro da escola hegemônica e posicional de Guardiola com a escola contra-hegemônica e posicionalmente amalucada de Diniz. Falta pouco para a gente saber até que ponto a revolução proposta por Diniz já está suficiente madura para desmontar a colonialidade do futebol europeu.
Seria importante dizer que uma derrota do Fluminense não abala em nada o sucesso da ideologia de jogo proposta por Fernando Diniz. Seu Fluminense está na final do mundial e essa conquista já coloca em contexto do que o Dinizismo é capaz. Ainda assim, faz parte do campo das coisas possíveis uma vitória histórica do tricolor. Que assim seja.
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