Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

Fluminense tenta caminho alternativo e interessante para se reforçar

O Fluminense ainda é um clube endividado, assim como a maioria deles, incluindo os badalados times que viraram SAF. A diferença entre uns e outros é que há aqueles que administram decentemente suas dívidas - Fluminense e Palmeiras são exemplos.

Em 2023, o Fluminense misturou um time de jogadores experientes com jovens bons de bola - como Nino, Martinelli e André. Dessa vez, sem Nino e na iminência de vender André (não saiu, mas talvez saia até o final da janela) o tricolor foi buscar alternativas que coubessem no bolso.

E o que cabe no bolso é trazer atletas consagrados que estejam em final de contrato, ou estejam precisando se recuperar moralmente ou tenham sido infelizes em seus clubes anteriores, ou já não sejam mais tão jovens - ou tudo isso junto.

Renato Augusto, Gabriel Pires, David Terans, Douglas Costa, Felipe Alves, Antonio Carlos e um jovem atacante do Boca Junior colombiano, Jan Franc, que fez parte das seleções de base da Colômbia.

O noticiário informa: muitos atletas veteranos. Alerta de problemas: contusões, pouca marcação, pouca correria, pouca motivação. Por causa disso, veremos com bastante regularidade a matemática da idade média do Fluminense. Time velho. Time que vai pifar. Time de aposentados. Time de senhores.

Eu diria que essa análise é a mais fácil de ser feita dada sua obviedade. É, de fato, um time de jogadores considerados velhos. Mas essa análise, se feita isoladamente, deixa escapar algumas variáveis.

O Fluminense de 2023 foi campeão da América sendo chamado de time velho. "Não vai acontecer duas vezes", dizem os mais pessimistas. Não temos como saber. O que sabemos é que se tem alguém que talvez consiga juntar esses instrumentos e fazer uma orquestra é Fernando Diniz.

Existem múltiplas possibilidades para montar um ou dois times tendo à disposição esses jogadores e o menu de esquemas táticos que eles oferecem.

O meio de campo está farto de talentos - jovens e nem tão jovens: Renato Augusto, Ganso, Martinelli, André, Gabriel, Alexsander, Terans, Lima.

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O ataque igualmente cheio de caminhos com boa variação de idades e estilos: Keno, Cano, Arias, Douglas, Lelê, Kennedy, Jan Franc.

Na lateral direita, Samuel, Guga e, quem sabe, o jovem Callegari.

Na esquerda, Marcelo, Diogo Barbosa e a opção de outro jovem: Alexsander.

Na zaga, Antonio Carlos, Manoel, David Braz, Felipe Melo, Marlon. (Talvez esse seja o setor que, de forma mais acentuada, sofra com a questão da idade).

Tudo isso fora a base, que pode pedir passagem ao longo da temporada: Isaac, Felipe Andrade, Arthur, João Neto.

É um dos elencos mais completos do Brasil. Envelhecido, dirão alguns. Maduro, responderão outros.

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A questão aqui, mais do que a idade, é como Diniz vai gerenciar os egos no vestiário porque, a princípio, alguns jogadores de ponta estarão no banco: Renato Augusto, Douglas Costa, Kennedy, Terans.

Outra questão é o preparo físico. A julgar pelo que correram os "velhos" em 2023 o recado seria para confiar nos profissionais encarregados de preparar fisicamente esse elenco.

É quase tudo novo, e o time começa o ano - ao contrário de 2023 - como um dos mais badalados do Brasil. Estou curiosa e ansiosa para ver o Fluminense de 2024.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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