Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

O Botafogo, o sistema e a paranoia delirante que contamina um bom time

Cuiabá e Botafogo se enfrentaram pela 14º rodada do Brasileirão nesse 3 de julho. Jogo disputado, times querendo vencer, bom futebol. O VAR, essa aberração que passa 90 minutos procurando pelo em ovo, achou um pênalti para o Cuiabá com alguns bons minutos de atraso. Para o jogo. Juizão vai conferir. Sim, pênalti. Nesse momento o Botafogo vencia por um a zero. A revolta do time alvinegro contou com minha solidariedade, embora as imagens fossem claras: foi pênalti.

Explico. Minha crítica é ao VAR e a sua participação intervencionista e insuportável durante a partida. Futebol é filme, não fotografia. O lance foi rápido, juizão não viu, segue o jogo. Então eu me revoltei com os botafoguenses.

Mas, já que o VAR é uma realidade, temos que engolir esse tipo de interferência. Nada de ilegal. Bora jogar bola. Pênalti batido. Um a um.

Na saída para o intervalo, o botafoguense Marlon Freitas deu uma entrevista para o SporTV e disse, em linhas gerais, que era o sistema agindo contra eles.

O sistema.

O sis-te-ma.

Eu queria avisar ao excelente Marlon Freitas que o sistema se chama John Textor.

O sistema é real, verdade. Ele é a ordem mundial comandada por bilionários como o dono do time dele. São essas as pessoas que fazem as leis e policiam seu cumprimento. O sistema é bem simples, está aí escancarado. A questão é que ele não está organizado para fazer o Botafogo deixar de ser campeão. Ele está organizado para livrar bilionários de pagar impostos. Ele está organizado para permitir que um clube (ou uma estatal) seja sucateado, vendido a preço de banana e para que o bilionário que adquiri-lo possa simplesmente não cumprir com dívidas fiscais e trabalhistas.

Esse sistema a que Freitas se refere, sugerindo que existe um interesse em prejudicar o Botafogo, chama-se neurose paranoica delirante e pode ser tratado com especialistas.

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O Botafogo tem um timaço. Joga solto e joga com criatividade. É o melhor conjunto do campeonato até aqui. Mas, se acreditar que existe um sistema montado para prejudicá-lo, vai outra vez deixar escapar um título que tem tudo para ser seu. Não deem ouvidos a Textor. Foquem no que o CEO faz de bom e não em sua mania persecutória. Com o tempo, mostrem a ele o que é o futebol. Tentem livrá-lo desses fantasmas. Façam o que sabem fazer e, por favor, evitem que Flamengo ou Palmeiras sejam campeões outra vez. Contamos com vocês.

Em Cuiabá, deu Fogão: 2x1.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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