Brasil renasce e avisa: a partir de agora, tudo passa a ser possível
O Brasil está na semi-final. Não quereriam as deusas do Olimpo que uma Rainha se aposentasse saindo aos prantos depois de uma expulsão. Justiça poética em Paris. Tem Brasil disputando medalha. Tem Brasil eliminando a dona da casa. Tem Brasil realizando o que parecia impossível.
Antes da bola rolar, a Marselhesa foi entoada de pé pelo estádio lotado e eu pensei: mesmo se perdermos o futebol feminino terá sido vitorioso. Foi uma imagem linda e cheia de poesia.
O time, sem Marta, entrou com o sistema defensivo positivo operante, mas não como fez contra a Espanha. Dessa vez o Brasil ocupou o campo todo, soube marcar à frente e por zona. Esperou para contra-atacar quando pudesse. Teve um pênalti bem marcado e defendido por Lorena, essa que é nossa melhor jogadora até aqui. Cresceu moralmente. Cresceu taticamente. Achou seu gol no finalzinho. Gabi Portilho, imensa, soberana, gigantesca.
A partir de agora tudo passa a ser possível. Renascemos. Voltamos. Outra vez com Marta, que viu o jogo ao lado do presidente da CBF. Uma imagem significativa.
A juíza deu 19 minutos de acréscimo no segundo tempo. Não há como justificar. Se a França empatasse seria um escândalo. Mas não era para ser. Em seus melhores dias o esporte mostra que os mistérios da vida são maiores do que suas concretudes. Vamos, Brasil!
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