Milly Lacombe

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Boxeadora argelina sai processando geral depois das Olimpíadas

A boxeadora argelina Imane Khelife deixou Paris com um ouro no peito e uma missão humanitária na alma: colocar os ofensores em seus devidos lugares.

Vítima de machismo, misoginia e transfobia, a lutadora está disposta a ter seus direitos respeitados e já avisou que Elon Musk, J.K Rowling - uma notória transfóbica - e até Donald Trump estão na lista das pessoas que ela pretende acionar.

Khelife, que é uma mulher cisgênero exatamente como eu, teve sua condição feminina julgada por não preencher o padrão do que muitos consideram aquele que seria o de uma mulher "de verdade".

Amparada pelo governo de seu país, Khelife avisou que não vai medir esforços para fazer justiça. O que ela passou em Paris prova que preconceitos como a transfobia podem afetar até pessoas cis que não se encaixam nos padrões rígidos de gênero.

Se Khelife quiser lançar seu olhar sobre o Brasil vai encontrar centenas de oportunidades de processos porque também por aqui ela foi chamada de homem sem nenhuma restrição por todo tipo de pessoa - de extremistas de direita até integrantes da chamada esquerda. O que mostra como o tema "gênero" é compreendido de forma rudimentar por integrantes de todos os campos, que não hesitam em sair vomitando sua ignorância quando aparece alguém que chacoalha o regime binário da diferença sexual. Que esse regime perverso siga sendo perturbado por mulheres corajosas como a campeã olímpica Imane Khelife.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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