Ramón Díaz estaria perdendo a capacidade de liderar o Corinthians?
Analisar futebol envolve analisar comportamentos e relacionamentos além de números, dados e estatísticas. Uma análise mais detalhada sobre o momento do Corinthians talvez nos leve a acreditar que Ramón Díaz esteja perdendo a capacidade de liderar o time.
O que me faz pensar assim?
A sensação de que tem alguma coisa estranha me bateu quando Talles Magno, ao final do jogo contra o Juventude, criticou publicamente a dancinha de Emiliano Díaz, que faz a dupla de treinadores com o pai. Talles Magno disse basicamente o seguinte: não precisamos disso.
A partir daí, comecei a observar mais alguns detalhes. E então veio a coletiva de Ramón Díaz depois do jogo contra o Botafogo pelo Brasileirão. Tem ali alguns pronunciamentos que reforçam minhas suspeitas.
Ramón saiu dizendo que não viu o time com a mesma intensidade da partida pela Copa do Brasil, contra o Juventude. Disse isso como quem sugere que a culpa pela falta de entrega seria do elenco.
Duas coisas.
A primeira: eu não notei essa falta de intensidade. A segunda: se houve pouca motivação de quem seria a responsabilidade? Do elenco ou da liderança do elenco?
Na mesma coletiva, Ramón Díaz não poupou Romero de crítica. Todo mundo sabe que esse tipo de atitude não pega bem e que reclamações nominais devem ser feitas dentro do vestiário. Romero é ídolo da torcida. O que leva um treinador a entrar em rota de colisão com um ídolo? O treinador também cobrou os atletas tecnicamente de forma direta.
Ramón Díaz, ele mesmo, não se implicou no resultado do jogo contra o Botafogo. Jogou a derrota nas costas do time. Uma liderança plena não faz esse tipo de coisa.
O Corinthians enfrenta o Fortaleza pela Sul-Americana nesse 17 de setembro. Esse Corinthians tem sido um em copas e outro no Brasileiro. E esse das copas aparece mesmo nas partidas de volta em São Paulo e não nas de ida como a de hoje. Ramón Díaz, um treinador experiente, tem responsabilidade nessa dupla personalidade do time. Resta saber se ele vai se envolver nisso ou seguir jogando seus atletas aos leões. Se optar pela segunda alternativa talvez não termine o ano como treinador do Corinthians.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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