Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

O maior desafio que Filipe Luis tem pela frente

Quando Pep Guardiola assumiu o Barcelona em 2008 ele deu início a uma revolução. Como todos sabemos, revoluções não são eventos, são processos que podem levar meses, anos e até décadas. Guardiola começou a sua em 2008 no clube em que atuou como jogador. Ele tinha 38 anos. É tentador avaliar que a revolução de Guardiola foi tática. Afinal, seu Barcelona jogava de um modo diferente em relação a todos os outros clubes, numa espécie de ciranda totalizante em que o time corria o campo inteiro com a bola nos pés e marcava sob pressão desde a saída de jogo do adversário. Eu vi esse time jogar a final da Champions em 2009, no estádio de Wembley, e observar das cadeiras a movimentação era perceber a revolução em toda a sua beleza.

Messi já era o cara e ele não parou de correr nem por um minuto.

E aí temos a base da revolução: o preparo físico. Ao assumir o time principal, em 2008, Guardiola fez isso: uma completa reformulação na preparação física. Não foi tática ou técnica sua imediata atuação; foi física.

Se Filipe Luis quiser executar seu estilo de jogo no Flamengo, vai ter que fazer a mesma coisa. E, nessa trilha, abrir mão de alguns nomes que talvez não possam fazer parte desse futuro.

Vocês lembram quem Guardiola não quis mais em seu time em 2008, imagino. Ele mesmo: Ronaldinho Gaucho, que ainda era, sob qualquer ângulo que se analisasse, um craque. Mas um craque que corria pouco e que não servia às ambições de Pep. Imagino que tenha sido uma escolha bastante difícil a de deixar ir Gaúcho.

Acredito que Filipe Luis possa ter vida longa como treinador do Flamengo e consiga implementar seu estilo. Mas, para isso, não vai poder ter medo de fazer escolhas que passam, inclusive, por se fazer respeitar pelos executivos que estão acima dele.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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