Cabeça no lugar, bola no chão: Botafogo campeão
A despeito do que venha a acontecer na Libertadores e no Brasileirão, o Botafogo que coloca a bola no chão e não cai em provocação é o melhor time do continente. Quando o Botafogo está concentrado no jogo, ignorando as cutucadas dos rivais e aplicando em campo o que foi exaustivamente treinado, ele sobra e humilha.
É o tipo de equipe que Eduardo Galeano amaria ver jogar. O uruguaio Galeano, um dos maiores escritores que já existiram, era apaixonado por futebol e torcedor do Nacional de Montevidéu. Mas seu amor era tão imenso que Galeano dizia viajar pelo mundo em busca de um drible bem executado, um chute bem colocado, um rompante criativo que o elevasse a um lugar de mais significado. Não precisava ser do Nacional: ele torcia para ver o bom futebol em qualquer lugar, com qualquer camisa, sob qualquer circunstância.
Esse Botafogo o encantaria. Um time que, concentrado, sabe jogar em espaços pequenos quando pressionado e em largos espaços quando precisa contra-atacar. Toque de bola, drible, linha de fundo, rapidez, agilidade, alegria. Está tudo ali para quem quiser ver.
Tanta qualidade só perde mesmo para a falta de equilíbrio emocional. Quando o Botafogo cai em provocações e esquece a bola, vira um time comum. O maior aliado dessa equipe é olhos bem abertos, bola no chão e ouvidos fechados. Se fizer isso, pode realizar o sonho improvável de vencer o Brasileirão e a Libertadores.
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