Milly Lacombe

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OpiniãoEsporte

A incrível lição de solidariedade oferecida pelo time feminino do Grêmio

A equipe feminina do Grêmio deixou o campo de forma coletiva em protesto à manifestação racista das adversárias do River Plate durante disputa de partida pela Brasil Ladies Cup (que nome horroroso para um torneio disputado em território nacional, meu Deus). O racismo foi praticado contra uma delas? Não. Contra uma torcedora? Não. O racismo foi praticado contra um dos gandulas. Diante do crime, o Grêmio decidiu ir embora. A imagem é eloquente e bastante educativa. Vale mais do que entrar em campo usando um uniforme todo preto, carregando faixas dizendo "racismo é crime", criando hashtags para redes sociais, produzindo notas de repúdio.

A iniciativa do Grêmio serviu para conferir ao episódio seu real teor de gravidade. O resultado foi a prisão de quatro atletas do River Plate.

Já vimos muitas praticas racistas no futebol contra atletas, mas não me lembro de um time ter tomado atitude tão radical - no melhor sentido do radicalismo - por ofensa a um trabalhador. Não imagino um time masculino deixando o campo depois de testemunhar atitude machista ou misógina a uma gandula, árbitra, auxiliar ou torcedora. Seria correto, mas não estamos nesse mundo ainda.

As gremistas estão. E, ao se retirarem de campo, deixam uma lição para todos aqueles que estiverem atentos.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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