Milton Neves

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Opinião

Maior clube do Rio, Botafogo levanta seu merecido e mais importante caneco!

Atlético-MG 1 x 3 Botafogo

Se algum clube merecia ganhar a Libertadores da América, este clube era o Botafogo de Futebol e Regatas!

Ainda que parte do meu coração esteja dilacerado, pois o Galo tem um lugar especial neste músculo que bate há 73 anos, o Glorioso fez por merecer esta conquista, algo que o Galo já sentiu o gostinho em 2013.

A partida mal tinha começado, 29 segundos de bola rolando, e o Botafogo ficou com um homem a menos.

Isso porque Gregore fez a bobagem de levantar demais a perna e acertar a cabeça de Fausto Vera, que deixou o gramado sangrando.

As coisas sempre são mais difíceis para o Glorioso, mas o time superou o traumático cartão vermelho e Luiz Henrique aproveitou rebote da defesa atleticana e fez 1 a 0, aos 35 minutos do primeiro tempo.

Foi uma bobeada da defesa mineira, culminada com Éverson, que viu a bola passar por debaixo do seu corpo.

Falando em Éverson, cinco minutos depois ele saiu em corrida desabalada, atabalhoado, e na risca da grande área derrubou Luiz Henrique.

Alex Telles bateu firme na esquerda, como deve ser cobrada uma penalidade, sem firulas. Éverson pulou para o outro lado.

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E assim terminou a primeira etapa, com o Botafogo vencendo por 2 a 0, mesmo com um jogador a menos, esbanjando superioridade.

Mas Gabriel Milito acordou, promoveu substituições, e logo no começo do segundo tempo Vargas escorou de cabeça o escanteio cobrado por Hulk, com uma tranquilidade infinita, como se estivesse sozinho na grande área botafoguense.

A torcida do Galo foi ao delírio, vislumbrando a possibilidade de empatar e virar o jogo.

O Fogão se encolheu, o Galo pressionou, teve duas chances claras com Vargas aos 41 e aos 43, mas a vitória do Botafogo foi sacramentada no último minuto dos acréscimos, com Júnior Santos, que fez 3 a 1 em cima do Galo.

E não é apenas por sua campanha recente admirável, que dura desde o ano passado, mas pela importância que teve na história do nosso futebol que o Fogão fez por merecer esta conquista tão importante.

Bebendo na fonte da Astronomia, que classifica as estrelas por suas respectivas magnitudes (ou grandezas), o Botafogo, com sua Estrela Solitária no distintivo mas uma constelação de ótimos jogadores e um excelente treinador, em termos de representatividade em nossas três primeiras Copas do Mundo está anos-luz à frente dos demais.

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Senão, vejamos...

O Fogão nos deu uns 49,35% da Copa de 58, na Suécia, com Garrincha, Didi e Nilton Santos.

Talvez eu tenha até sido econômico nesta porcentagem...

Em 1962, no Chile, no bicampeonato, aí foi covardia...

Até o nada espetacular Amarildo foi espetacular, a ponto de substituir ninguém menos que Pelé para ser um dos protagonistas daquela Copa, ao lado do genial Garrincha e mais Nilton Santos, Didi e Zagallo.

O peso do Fogão em 62 foi de pelo menos 95% na conquista.

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E em 70, somente Jairzinho seria responsável por uns 30% da depois derretida Jules Rimet, mas o escrete canarinho ainda tinha Zagallo como treinador e a dupla Lidio Toledo (médico) e Admildo Chirol (preparador físico) na comissão técnica.

E tinha mais... O ótimo Paulo Cézar Caju, espécie de 12º jogador, e o bom Roberto Miranda como opção para o ataque.

Eu fecharia a conta da Copa de 70 em 48,74% de contribuição botafoguense!

Foram estas três primeiras conquistas, das cinco em Copas do Mundo do Brasil, que nos deram a credibilidade que temos até hoje, em que pesem os infortúnios nos últimos mundiais...

Esta Libertadores da América é uma espécie de "acerto de contas" dos deuses do futebol para com o time da Estrela Solitária.

O Botafogo se recuperou da pipocada no Brasileirão do ano passado com juros e correção monetária!

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E ainda pode ganhar o deste ano.

Parabéns!

E Garrincha, no céu, cantarolando com seus passarinhos, deve estar muito feliz, ao lado do querido Nilton Santos!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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