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Como o boxe se tornou o palco perfeito para o final de carreira de Anderson Silva
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Apesar de seu confronto contra Bruno 'Caveira', agendado previamente para este sábado (14), ter sido adiado após a morte do sheik Khalifa bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos, Anderson Silva segue sua caminhada na nobre arte. E aos 47 anos, o brasileiro tem motivos de sobra para enxergar na nobre arte o melhor palco para o final de sua carreira esportiva.
Ex-campeão do UFC, o Spider conseguiu como poucos no esporte de combate reencontrar o caminho dos holofotes. Embora ventilada por anos, sua migração para os ringues de boxe só foi possível após o fim do contrato com o Ultimate. No entanto, a elevada idade do atleta e as três derrotas seguidas em suas últimas apresentações no octógono faziam com que o sucesso da nova empreitada parecesse improvável. Um engano e tanto.
No boxe, Anderson pôde se livrar de alguns fatores que tornavam o final de sua carreira mais penoso. Para se manter preparado para uma luta de MMA, o atleta precisa seguir com ritmo de treino em variadas modalidades, o que exige mais horas na academia e uma equipe mais numerosa. Com "apenas" uma arte para se manter afiado para nível de competição, o Spider tem mais chance de colocar sua técnica e, principalmente, experiência em jogo.
Mas o fator que parece pesar mais é a maior liberdade no gerenciamento de sua carreira. No modelo de negócio mais engessado e unilateral do UFC, Anderson, na parte final de seu contrato, não teve chances de flutuar repetidas vezes de categorias ou focar em lutas mais vendáveis. Pelo contrário, duelos contra Israel Adesanya, Jared Cannonier e Uriah Hall sugerem um peso extra para quem já não tinha foco em uma nova corrida pelo cinturão.
Já no boxe, porém, Anderson encarou um renomado ex-campeão mundial como Julio César Chávez Jr, uma lenda do UFC como Tito Ortiz e estava pronto para medir forças com o compatriota lutador de MMA Bruno 'Caveira', pouco conhecido do grande público, em um duelo de exibição. Detalhe, todos os confrontos seriam em categorias de peso distintas. Nada mais justo para o atleta que, por anos, foi apontado como o maior da história do octógono.
A maleabilidade do boxe permite unir os interesses do atleta com os dos fãs. Afinal, se os torcedores querem ver Spider em ação e ele tem motivação para subir no ringue, por que não deixar, então, a busca por cinturões de lado? Neste cenário, Anderson se mantém mais motivado a lutar, consegue ter maior controle de sua carreira e potencializa seus ganhos no ringue. Ainda por cima, o veterano trilha o final de sua carreira de uma forma muito mais condizente com suas conquistas de outrora. Talvez seja essa a grande lição que o MMA tem para aprender com o boxe.
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