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Na Grade do MMA

REPORTAGEM

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Derrotados, mas exaltados. Glover e Taila expõem brechas de campeões do UFC

12.06.22 - Glover Teixeira contra Jiri Prochazka em luta no UFC - NICHOLAS YEO/AFP
12.06.22 - Glover Teixeira contra Jiri Prochazka em luta no UFC Imagem: NICHOLAS YEO/AFP

Colunista do UOL

12/06/2022 02h56

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A missão era difícil, todos sabiam. Tanto para Glover Teixeira, que defendia o cinturão dos meio-pesados (93 kg) contra Jirí Procházka, quanto para Taila Santos, que desafiava a campeã dos pesos-moscas (57 kg) Valentina Shevchenko. Mas apesar de ambas derrotas, os fãs brasileiros têm motivos de sobra para festejar as apresentações heroicas de nossos representantes no card do UFC 275, evento realizado neste sábado (11).

Contra todas as probabilidades, Taila e Glover protagonizaram duelos emocionantes e cheios de reviravoltas que colocaram em risco os grandes favoritos da noite em praticamente todos os assaltos disputados. Tanto que a desafiante foi apontada como vencedora por um dos jurados, enquanto o mineiro vencia em todas as papeletas antes de ser finalizado quando faltavam apenas 30 para o final da disputa.

Pela primeira nesta divisão, Valentina passou por apuros e precisou lutar contra o tempo para somar pontos, garantir superioridade nos dois assaltos finais e não deixar a vitória escapar. Por sua vez Procházka, 13 anos mais novo do que o então campeão, parecia incrédulo a todo momento que o rival revertia uma posição de domínio e encontrava uma chance para derrubá-lo - ao melhor estilo Rocky Balboa, Glover fez da adversidade sua maior arma no octógono.

Enquanto a campeã dos moscas esbarrou na força física e na habilidade natural da brasileira e controlar a disputa no chão, o atleta da República Tcheca teve seu ímpeto constantemente contido pela experiência de Glover, traduzida em precisas quedas ao longo dos cinco assaltos disputados no main event do show realizado em Cingapura.

Ao final da noite, em uma equação complicada e nada usual no mundo do UFC, os vitoriosos das atrações principais foram, na verdade, expostos em suas pequenas fraquezas no octógono, enquanto que os derrotados terminaram o show exaltados por suas grandezas. Mesmo sem os títulos em mãos, Glover e Taila têm, sim, motivos para se orgulhar.