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'Matar ou morrer' seria uma boa estratégia para Thiago Marreta no UFC
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Já são nove anos no UFC, período em que Thiago Marreta protagonizou 23 lutas no octógono mais famoso do mundo, incluindo uma disputa de cinturão dos meio-pesados (93 kg) contra Jon Jones, em 2019. Mas, apesar do numeroso histórico na organização, o veterano brasileiro vê no confronto diante de Jamahal Hill, marcado para este sábado (6) em Las Vegas (EUA), um momento-chave em sua carreira.
Afinal, o embate entre os atletas, que vivem cenários completamente diferentes, pode definir seu futuro. Aos 38 anos, Marreta atravessa fase complicada — desde que perdeu para Jon Jones, o veterano sofreu com lesões, realizou cirurgias e se mudou para os EUA. Com apenas quatro lutas realizadas neste período, o brasileiro acumula três derrotas e, verdade seja dita, precisa mais do que nunca da vitória.
Um novo revés, diante do rival mais jovem e que vive franca ascensão no evento, deixaria Thiago em claro risco de ser cortado da organização, além de, pela primeira vez desde sua chegada na categoria dos meio-pesados, ser superado por um atleta que não faz parte da elite dos meio-pesados - Hill é "apenas" o décimo no ranking oficial da divisão, enquanto o brasileiro ocupa o posto de número seis.
Entre os fãs, há quem aponte para a idade do atleta ou para a melhoria do nível dos adversários como formas de justificar a falta de uma sequência de triunfos. No entanto, além da mudança em definitivo para os EUA, onde agora faz parte da equipe American Top Team, é a adaptação de seu estilo, menos agressivo do que de costume, que pode nos dar sinais sobre a fase vivida pelo lutador.
Para isso, é preciso lembrar que logo após o combate contra Jon Jones, Marreta realizou cirurgias nos dois joelhos e, após meses de recuperação, passou a adotar uma nova postura, utilizando mais contra golpes e ataques de encontro. Se de fato o estilo mais estratégico e cadenciado se fez presente para evitar a sobrecarga nas regiões operadas e, assim, prolongar sua carreira, a decisão foi correta. O ponto crucial deste texto, no entanto, é analisar o tempo necessário para que uma readaptação como esta seja finalizada em alto nível em um atleta naturalmente agressivo que se aproxima dos 40 anos e que, via de regra, precisa da vitória como nunca.
Sem empolgantes atuações recentes, Marreta ainda carrega consigo seu alto poder de fogo. Seu adversário é jovem, nocauteador e atravessa sua melhor fase na carreira, o que automaticamente lhe garante confiança de sobra para a disputa. Ao mesmo tempo, ele possivelmente se preparou para enfrentar a versão mais metódica e estratégica do atleta brasileiro. Quem sabe, então, o fator surpresa não joga a favor do "velho" Thiago Santos.
Digo isso por lembrar de sua segunda luta na divisão dos meio-pesados, quando ele entrou no cage como zebra diante do britânico Jimi Manuwa. Naquela ocasião, instantes antes da disputa começar, Marreta, já no octógono, se virou para seus treinadores e os informou de que havia acabado de decidir que iria com tudo para cima, para "matar ou morrer". Após alguns knockdowns conectados, o brasileiro nocauteou o oponente no minuto inicial do segundo assalto.
Sugerir uma estratégia para um competidor profissional seria ir longe demais. Me reservo apenas o direito de olhar para os dois possíveis resultados da luta e apontar que, vencendo ou perdendo, o mais importante neste momento seria que Marreta voltasse a protagonizar uma luta empolgante. E nada melhor do que um estilo "matar ou morrer para pegar a todos de surpresa" - inclusive os fãs.
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