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Só depende dele! Paulo Borrachinha tem a faca e o queijo na mão no UFC 278
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Poucas vezes vi um atleta ter, como dizemos no Brasil, a faca e o queijo na mão como Paulo Costa, o Borrachinha, terá neste fim de semana. No co-main event do card do UFC 278, em Salt Lake City, o atleta encara Luke Rockhold em duelo que pode coroar sua nova fase e recolocá-lo na fila por uma nova chance de disputar o cinturão dos pesos-médios (84 kg). E quando digo que as odds estão a seu favor, as circunstâncias comprovam.
A começar pelo hiato de lutas que seu rival Luke enfrenta. Sem competir há três anos, o ex-campeão não vence uma disputa desde setembro de 2017 e, de acordo com ele mesmo, atravessou momentos complicados durante a pandemia quando chegou a beber mais e com maior frequência do que costumava.
Além do tempo afastado do octógono, o americano carrega no retrospecto recente duas derrotas seguidas por nocaute (são três em suas quatro últimas apresentações), o que, próximo de completar 38 anos, não aponta para um cenário animador quando do outro lado do cage está um atleta mais jovem e em forma.
Por sua vez, Borrachinha vive um momento curioso. Mais jovem - o atleta completou 31 anos em abril - e apesar da posição de destaque no evento, ele não sobrecarregou seu corpo com combates nas últimas temporadas (desde 2018, o mineiro faz apenas uma luta por ano). Ao mesmo tempo, Paulo teve tempo de sobra (caso tenha tido sabedoria) para aprender com erros e tropeços desde que perdeu sua invencibilidade no esporte.
O curioso episódio que envolveu garrafas de vinho menos de 24 horas antes de sua luta com Adesanya em 2020, a derrota para Marvin Vettori e a controversa mudança de categoria na semana da luta, a recente mudança de empresário e a lesão no bíceps que o acompanhou por anos. Tudo isso, caso de fato fique no passado, garante experiência para um lutador que possui valências físicas naturais fundamentais para seu sucesso no UFC.
Explosivo, nocauteador e agressivo dentro do cage, provocador e irônico fora dele. Não foi por acaso que ele foi chamado de 'pacote completo' por Dana White anos atrás e conquistou rápida exposição no maior evento de lutas do mundo.
Vencer um ex-campeão, apesar de Rockhold não estar ranqueado, vale muito, ainda mais em um co-main event de um card numerado. Perder, no entanto, além de significar o terceiro revés seguido do atleta na organização, garante uma redução drástica de seu valor de mercado. Soma-se a isso os entreveros públicos com Dana White e a proximidade com o final de seu contrato com o UFC. A situação é favorável, mas longe de ser confortável.
Como eu disse, ele tem tudo ao seu favor para sua luta neste sábado. Depende, mais do que nunca, apenas dele.
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