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Salário, sequência de lutas e engajamento. Borrachinha merece um recomeço no UFC

Paulo Borrachinha venceu Luke Rockhold no UFC 278 - Buda Mendes/Zuffa LLC via Getty Images
Paulo Borrachinha venceu Luke Rockhold no UFC 278 Imagem: Buda Mendes/Zuffa LLC via Getty Images

Colunista do UOL

21/08/2022 12h00

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A vitória de Paulo Borrachinha deve significar o começo de uma nova fase para o atleta no UFC. Com mais poder de barganha após a performance diante de Luke Rockhold, no co-main event do UFC 278, o mineiro de 31 anos se colocou em posição confortável para renegociar seu contrato com o evento e colocar para trás de uma vez por todas as rusgas colecionadas com a organização.

Nos últimos meses, Paulo demonstrou publicamente o descontentamento com o valor de seu salário, o que, somado às polêmicas que envolveram seus combates com Israel Adesanya e Marvin Vettori, pareceu deixá-lo próximo de romper com o UFC. Mas passados os momentos mais acalorados de sua conturbada relação com o show, o poder midiático e o desempenho no octógono do brasileiro falam mais alto.

Capaz de colecionar fãs e haters em proporção parecida, Borrachinha tem tudo para capitalizar em cima de sua repercussão em redes sociais. Ativo em diferentes plataformas, ele adotou um perfil irônico e provocador em seus posts diários, além de alimentar de forma constante seu próprio canal no Youtube. Com tanto engajamento e poder de audiência, seria um desperdício do UFC não aumentar seu vínculo com ele.

Para tal, faz sentido que Paulo use sua recém-conquistada maior proximidade com o evento. Afinal, nas últimas semanas ele anunciou o desligamento de seu antigo empresário, Wallid Ismail, posto que agora é ocupado por Tamara Alves, sua noiva. Ou seja, as decisões serão tomadas, a partir de agora, sem intermediários e, para o bem e para o mal, o atleta terá as rédeas de toda a sua carreira - e das negociações de lutas e salários.

Depois de vencer a balança com certa tranquilidade e apagar a troca de categoria forçada em sua última apresentação, Borrachinha tem como próximo passo natural a chance de renegociar seu contrato. A seguir, é a hora de estabilizar sua carreira e aumentar sua assiduidade no octógono - desde 2018 o atleta faz uma luta por ano, diante das três realizadas na temporada 2017.

Com os ponteiros alinhados, quem sabe, então, mais uma luta neste ano no card numerado de dezembro, ou até mesmo no show agendado para janeiro no Brasil, onde ele não luta faz cinco anos. Seria um belo teste para sua popularidade em solo nacional.