Anderson Silva carrega a missão de ser o maestro do show contra Jake Paul

A luta de boxe entre Jake Paul e Anderson Silva foi oficializada nesta terça-feira (6) e tem no dia 29 de outubro a data para que o confronto seja realizado no peso-casado de 84.8 kg, com previsão de oito assaltos de três minutos. Agendada para ser realizada no estado do Arizona (EUA), a disputa será um passo decisivo na carreira de Jake Paul, novo grande fenômeno no mundo das lutas.

Aos 25 anos, o youtuber prova que sua paixão pelo boxe não era de fachada. Ao encarar Anderson, um dos maiores nomes da história do MMA, Jake terá pela primeira vez o nível de desafio que ele tanto prometia. Em suas cinco vitórias no esporte até aqui, o americano nunca enfrentou um profissional especialista na trocação, e seu primeiro grande teste será contra um perito na área.

Por sua vez, Anderson, que, obviamente, não vive o auge da forma física aos 47 anos, provou em duas apresentações de boxe no ano passado que possui técnica e talento de sobra. Que o digam Julio César Chávez Jr. e Tito Ortiz. Por isso, o casamento do confronto faz todo o sentido dentro da proposta do marketing envolvido por trás deste tipo de show.

Ao provar tanto seu valor no ringue - nocautear o wrestler e ex-campeão do UFC Tyron Woodley não é tarefa fácil - quanto fora dele, Jake tornou-se valioso. E na perspectiva deste business, ele obrigatoriamente tinha que dar uma passo à frente em termos de desafio ao mesmo tempo que deveria encontrar um rival capaz de vender pay-per-views nos EUA. E Anderson surgiu como opção perfeita.

Se o Spider de anos atrás, competidor nato, nocauteador e que gerava calafrios nos rivais antes dos duelos, passaria por Jake sem grandes dificuldades e pouco agregaria à promoção da disputa, o de agora, aos 47 anos e afastado do MMA, se tornou peça importante para o entretenimento esportivo americano - e seu estilo elusivo no ringue é uma pedida perfeita para este formato 'show acima de tudo'.

Ele, sem dúvidas,larga como grande favorito e não deve encontrar dificuldades para superar o oponente. No entanto, a disputa, que não vale um cinturão e em nada afeta os rumos do esporte em si, tem a missão de entreter a todos, e principalmente aos milhões que assistirão a luta por seguirem o youtuber e não o esporte.

Com este palco montado, o Spider, como lutador profissional, carrega a missão de ser uma espécie de maestro e conduzir a disputa para que ela seja movimentada, que exija o máximo tecnicamente do seu adversário e que os fãs que assistirem à disputa aprovem a experiência e, se tudo der certo, passem a acompanhar mais de perto o esporte.

Afinal, em um cenário de competição máxima como do UFC, por exemplo, lutas cadenciadas e por vezes monótonas como vimos entre Israel Adesanya vs Jared Cannonier se faz entender. Tem muita coisa em jogo para ambos. Neste formato, porém, não há margem para a monotonia.