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Quem foi Anthony Johnson, ex-lutador do UFC que morreu aos 38 anos
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Desde o final do ano passado, quando se retirou de um combate no Bellator para tratar de um problema de saúde, o americano Anthony Johnson se distanciou da mídia. Em silêncio, Rumble passou os últimos meses isolado até que, no último domingo (13), aos 38 anos, não resistiu e morreu vítima de falência múltipla de órgãos.
O impacto da notícia não demorou para atingir a comunidade do MMA, que com carinho relembrou de seus melhores momentos no octógono. No ápice de sua forma, entre 2012 e 2017, Johnson se tornou um dos lutadores mais populares ao colecionar potentes nocautes até disputar o cinturão do UFC em duas oportunidades - sendo finalizado por Daniel Cormier em ambas.
No entanto, o sucesso nos cages dividiu os holofotes de sua carreira com dois estigmas nada agradáveis. O primeiro deles era o seu perfil explosivo e agressivo na vida pessoal - em três ocasiões, Anthony Johnson foi acusado publicamente por ex-namoradas de ter praticado violência doméstica contra elas.
Em 2008, Rumble foi condenado a cumprir três anos de liberdade condicional após sua namorada acusá-lo de agressão. Seis anos depois, a polícia foi chamada para conter o atleta que, durante uma visita ao emprego de sua esposa e mãe de seu filho, perdeu a cabeça após um desentendimento e a agarrou violentamente pelos braços na frente dos funcionários do escritório.
Em 2019, o atleta foi preso no estado da Flórida (EUA), após mais um ataque de fúria contra sua então namorada. Após o julgamento, Johnson concordou em se submeter a um tratamento para controle de raiva, além de ser testado semanalmente para o uso de entorpecentes.
Além do descontrole emocional, Rumble também sofreu com uma conturbada guerra contra a balança. Praticante de wrestling, modalidade na qual o corte de peso é parte fundamental nos treinos e competições, Johnson levou seu corpo ao limite no início de sua carreira no MMA para competir na divisão dos meio-médios (77 kg).
O objetivo era se manter maior e mais forte do que os rivais no octógono, o que fazia de seu poder de nocaute uma arma ainda mais valiosa na luta. No entanto, duas falhas na balança nesta divisão e outras duas como peso-médio (84 kg), além de anos de restrição alimentar, abriram caminho para que ele se testasse na divisão dos meio-pesados (93 kg).
Esta foi a melhor decisão da carreira do veterano que, desde a estreia em 2012, fez 14 apresentações, sendo uma delas como peso-pesado, e perdeu apenas duas delas, em confrontos válidos pelo cinturão do UFC diante do Hall da Fama Daniel Cormier. E foi nessa categoria que, mesmo sem aquela vantagem descomunal de tamanho em relação aos oponentes, Rumble se destacou como um exímio nocauteador.
Dono de um potente direto de direita, o americano possui os mesmos 11 nocautes que Anderson Silva no octógono do UFC. Um feito e tanto para o atleta que passou longe de ser uma unanimidade quanto à sua técnica, mas que fez de suas valências físicas um motivo de causar calafrios em quem cruzasse o seu caminho.
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