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Rafael dos Anjos merece mais do que nunca uma super luta com Conor McGregor

Rafael dos Anjos vence Bryan Barberena no UFC Orlando - Louis Grasse/PxImages
Rafael dos Anjos vence Bryan Barberena no UFC Orlando Imagem: Louis Grasse/PxImages

Colunista do UOL

04/12/2022 03h55

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Em novembro de 2019, o UFC criou um simbólico cinturão chamado de 'BMF', que na expressão em inglês 'baddest motherfucker' significa algo como o lutador mais durão do evento. Na ocasião, Jorge Masvidal venceu Nate Diaz e conquistou o título que nunca mais foi colocado em jogo. Mas, verdade seja dita, é o brasileiro Rafael dos Anjos que merece ter este troféu em sua casa.

Aos 38 anos, Dos Anjos acumula feitos no octógono. Com 32 vitórias e 14 derrotas em sua carreira, o veterano, que compete no UFC há 14 anos, é o atleta com mais tempo de luta no evento. Ao todo, contando com o triunfo diante de Bryan Barberena neste sábado em Orlando, já são 8h01m49s disputados - os demais nomes do top 5 dessa lista já não competem mais na organização.

Além disso, RDA também já foi campeão dos pesos-leves (70 kg) e chegou a disputar o título interino dos meio-médios (77 kg). Em ambas as divisões, ele enfrentou os rivais mais duros, nunca negou desafios e permanece competindo no mais alto nível há mais de dez anos. Falta então apenas uma conquista para concluir o seu legado: uma super luta de peso.

Após ser nocauteado por Rafael Fiziev em julho deste ano, RDA anunciou que deixaria a categoria dos leves mais uma vez e focaria seus esforços na busca por combates que fizessem sentido para sua carreira e só voltaria a adotar o brusco corte de peso caso uma disputa importante fosse vislumbrada. Pois bem, ao finalizar Barberena, o recado foi dado com todas as letras. O brasileiro pediu, mais uma vez, para medir forças com Conor McGregor. E na opinião deste colunista, o confronto, enfim, faz sentido. E muito!

Além do mérito do atleta, apresentado nos parágrafos anteriores, o momento de ambos justifica. Conor, ex-campeão dos penas e dos leves, perdeu três de suas quatro últimas lutas de MMA e não compete desde julho de 2021. Por isso, uma disputa de título ou até mesmo um confronto contra um possível desafiante não faria sentido em seu retorno ao cage.

Ao mesmo tempo, o irlandês segue fora do cronograma de testes da USADA (agência antidoping americana) e ainda trata a lesão em sua perna esquerda. Como precisaria de no mínimo seis meses de exames regulares antes de voltar à ativa, é de se imaginar que ele possa lutar a partir do começo do segundo semestre de 2023. Dos Anjos, que fez três apresentações na temporada atual, teria o tempo necessário para descansar o corpo.

Por fim, vale lembrar, esta rivalidade é antiga. Escalados para medirem forças em março de 2016, os atletas disputaram o cinturão dos leves em Las Vegas (EUA) até que uma fratura no pé do brasileiro cancelou o confronto que renderia a maior bolsa da carreira de Dos Anjos. Agora, aos 38 anos e com um dos legados mais sólidos apresentados no UFC, o brasileiro merece embolsar esses milhões para aquela que poderia até ser sua luta de despedida do esporte - seja ela na categoria dos leves ou dos meio-médios.

Nada mais justo do que o verdadeiro BMF do MMA ter seu pedido atendido - finalmente!