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OPINIÃO

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Paddy Pimblett precisa convencer no octógono para repetir "efeito McGregor"

Paddy Pimblett em ação pelo UFC - Julian Finney/Getty Images
Paddy Pimblett em ação pelo UFC Imagem: Julian Finney/Getty Images

Colunista do UOL

11/12/2022 02h39

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Não basta vencer, tem que convencer, e não apenas dentro do octógono do UFC. Na maior organização de lutas do mundo, o modelo de negócios por vezes causa controvérsias entre os atletas, mas é fácil de entender. Os salários podem ser grandes para os campeões, mas tem um limite. A partir daí, ganha mais quem vende mais pay-per-view. Simples assim.

Se o lutador é capaz de atrair grandes audiências para suas apresentações e, desta forma, gerar receita para a empresa, é natural que ele receba mais por isso - embora tenho certeza que muitos atletas ainda não entendem esta dinâmica. E digo isso sem julgar o mérito dela, apenas analiso o modelo utilizado.

Pois bem, não por acaso Conor McGregor chegou onde chegou: ele entende como a empresa funciona. E, em um exemplo mais atual, posso citar Paddy 'The Baddy' Pimblett, que aos 27 anos, com apenas quatro lutas na organização e que ainda nem figura no ranking oficial do show, já ganhou status de estrela. E ele é - e sabe disso.

Nesta semana, pude acompanhar o salto de popularidade do jovem inglês, que teve uma agenda puxada de entrevista e, como manda o figurino, encarou o desafio ao mesmo tempo em que cortava peso. Nos momentos em que teve um microfone na mão, ele garantiu conteúdo de sobra para os jornalistas que acompanharam o show ao longo da semana e, não por acaso, roubou a cena no card do UFC 282, neste sábado (10), em Las Vegas (EUA).

No entanto, o novo queridinho dos fãs do UFC venceu Jared Gordon em uma decisão dos jurados bastante questionada - tanto pela plateia como pela mídia especializada. Para dar o passo seguinte e figurar no ranking, enfrentando atletas mais renomados e assim fazer jus ao salário que recebe, Paddy precisa fazer mais: "vencer e convencer". Nesta noite, ele saiu com o braço erguido, mas deixou dúvidas e questionamentos sobre sua superioridade no octógono.

E que fique bem claro que todo esse hype só será mantido com vitórias. Quem assistiu à série 'Last Dance' deve se lembrar quando Michael Jordan diz que o sucesso da marca de tênis que carrega seu nome não existiria se não fossem seus triunfos na quadra. A lógica é a mesma no MMA.

Foi assim quando Conor nocauteou Chad Mendes, José Aldo e Eddie Alvarez e se tornou o atleta mais famoso do cenário. Sem fugir dos oponentes renomados, The Notorious impôs seu estilo e fez seu nome. Para chegar tão longe, "The Baddy" precisa repetir a dose no octógono a ponto de disputar títulos. Afinal, o UFC não faz ninguém famoso.

A organização é uma plataforma mundial que, se for bem aproveitada, conecta os melhores lutadores com milhões de fãs ao redor do mundo. Poucos destes atletas conseguem "furar a bolha" e fazer muito dinheiro. Ao que parece, podemos presenciar o nascimento de mais um destes fenômenos. Resta subir o sarrafo e vencer de forma convincente alguns rivais de maior calibre.