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Promessa da nova geração, André Sergipano pagou por nadar contra a corrente no UFC
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O retrospecto não mente. Eram nove vitórias seguidas no MMA, sendo cinco delas no octógono do UFC. Aos 33 anos, André "Sergipano" Muniz tem o currículo mais sólido da talentosa geração no maior palco de lutas do mundo. No entanto, ele ainda segue fora do radar dos principais nomes da categoria.
Neste sábado, André teve que dar um passo atrás em sua caminhada rumo ao cinturão antes mesmo de entrar no octógono. Número 11 do ranking dos pesos-médios, o atleta, que não lutava desde julho, encarou o promissor Brendan Allen, americano que não faz parte da seleta lista até o momento, e foi superado.
Mas, além de fazer parte de uma categoria truncada, Sergipano pagou por adotar como estratégia sua postura "low profile". Sem grandes declarações ou desafios, o faixa preta de jiu-jítsu não conquista o engajamento entre os fãs que suas atuações fazem por merecer. É triste, eu sei, mas é assim que a banda toca neste mercado.
Se o atleta não é lembrado no dia seguinte ao duelo e não gera audiência aos sites e canais que cobrem o esporte, sua inserção junto aos fãs "casuais" é menor e, portanto, seu poder de venda diminui. Como consequência, seu caminho ao cinturão se torna mais longo --foi isso que aconteceu com Charles do Bronx, por exemplo.
Em uma geração empolgante composta por nomes como Johnny Walker, Jaílton 'Malhadinho', Bruno 'Blindado', Gregory 'Robocop', Caio Borralho, "Daniel Willycat", Bruno Hulk e Mayra "Sheetara", entre tantos outros, Muniz, que estava invicto na organização, teria tudo para encabeçar este esquadrão brasileiro e quebrar tal estigma.
Para isso, no entanto, falta ser tão empolgante fora do cage como é durante suas lutas, principalmente para o público americano, que, por vezes, prioriza a melhor trama criada por rivalidades em detrimento ao mérito esportivo. Eu sei, pode não agradar, mas é assim que o mercado funciona. Faça parte dele ou lute contra ele.
Como mencionou em entrevista para a Ag Fight, o próprio Sergipano afirmou que se vê como um rival "de muito risco e pouca recompensa" para os atletas ranqueados. Para um lutador não ranqueado, como era o caso de Brendan Allen, o perigo valia a pena --e quanto maior o risco, maior a recompensa.
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