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Aquisição da WWE por donos do UFC expõe diferença entre fãs brasileiros e americanos

Cody Rhodes, da WWE, distribui autógrafos - Alejandro Salazar/Px Images
Cody Rhodes, da WWE, distribui autógrafos Imagem: Alejandro Salazar/Px Images

Colunista do UOL

03/04/2023 15h41

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Novo gigante do mundo do entretenimento esportivo dos EUA, o conglomerado comandado pela Endeavor agora é dona majoritária do UFC (evento de MMA) e da WWE (evento de telecatch). Somadas, apenas essas duas ligas ultrapassam o valor de mercado de R$ 100 bilhões, o que cria a expectativa de que o grupo crie uma nova empresa de capital aberto para combinar os ativos do UFC e da WWE.

E quem pode ganhar e muito com isso é o fã americano, que via de regra acompanha e interage com ambos modelos de empresa. Ações combinadas, promoções para compra de ingressos e até interações com astros dos dois shows podem fazer parte do futuro da empresa. E isso expõe a clara diferença entre os consumidores no Brasil.

Afinal, essa união de fãs é rara e praticamente nula. Tanto que o tamanho das lutas de entretenimento esportivo (telecatch) não chega aos pés dos números alcançados pelos eventos de MMA em solo nacional. Ou seja, a proximidade entre as ligas não deve impactar no mercado verde amarelo.

Com base tão distintas, é difícil de se imaginar que fãs que acompanham os combates do UFC passem a seguir os duelos ensaiados. Ao mesmo tempo, o pequeno, porém sólido grupo que segue os shows comandados por John Cena e Ronda Rousey pouco interage com os combates reais.

Posso estar enganado, mas apostaria que o cenário para ambas as ligas não mudará em nada no Brasil. Nos EUA, porém, o panorama é diverso. Até mesmo veículos especializados na cobertura de MMA acompanharam de perto a 39ª edição do Wrestlemania (maior card do ano da WWE), que aconteceu no último final de semana.

Não à toa, a compra da WWE, que conta com valor de mercado na casa dos R$ 45 bilhões, se tornou um dos assuntos mais comentados nesta segunda-feira nos EUA. Os números de audiência do grupo impressionam e a possibilidade de impactar ainda mais fãs e mercados com ações combinadas entre as duas ligas é sinônimo de (muitos) milhões.

Imagine então o acesso aberto para crossovers entre os shows. Se no passado CM Punk se apresentou no octógono e Ronda Rousey e Brock Lesnar roubaram os holofotes dos dos eventos, agora o futuro está em aberto. Quem sabe até mesmo Conor McGregor não acabe fazendo sua tão sonhada aparição nos ringues?