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Única brasileira campeã do UFC, Amanda Nunes tem a missão de frear a 'Mexican Storm'

Amanda Nunes coloca seu cinturão em jogo no UFC 289 - GettyImages
Amanda Nunes coloca seu cinturão em jogo no UFC 289 Imagem: GettyImages

Colunista do UOL

10/06/2023 04h00

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O aguardado card do UFC 289, que acontece neste sábado, contará com a brasileira Amanda Nunes na posição de maior destaque da noite em sua luta contra Irene Aldana. No entanto, além da disputa em si, a defesa de cinturão coloca o reinado da brasileira em jogo diante da avassaladora "Mexican Storm", que tem tomado conta do UFC.

Fato curioso e impensável até alguns anos atrás, o cenário do MMA mundial foi tomado por uma avalanche de conquistas dos atletas mexicanos - até o momento, o país conta com dois títulos lineares com Brandon Moreno e Alexa Grasso, e um interino em posse de Yair Rodriguez.

Ao mesmo tempo, o Brasil, país conhecido por sua rica tradição nas artes marciais mistas, tem apenas dois títulos, ambos em poder de Amanda Nunes, que detém os cinturões dos pesos-galos e dos pesos-penas femininos. Dá para entender a importância deste confronto?

Ainda mais que Amanda colocará em jogo seu título dos galos, tecnicamente o mais relevante deles. Afinal, a divisão dos penas ainda não conta com um ranking oficial e o cinturão sequer foi disputado nos últimos anos.

Para piorar, a balança entre risco e recompensa não é nada animadora. Enquanto Aldana se mostra uma oponente dura e de boxe alinhado, ela assumiu a luta principal deste card em cima da hora para substituir Julianna Pena e não garante grande visibilidade ao evento. Ou seja, se Amanda vencer, fez apenas o esperado.

Por outro lado, a "Leoa", caso seja derrotada, volta a perder seu título (seria sua segunda derrota em três duelos) para uma adversária largamente considerada zebra no duelo. O Brasil passaria a ter apenas um título de uma categoria que sequer conta com um ranking oficial, enquanto o México somaria quatro cinturões.

Entre os muitos riscos e as poucas recompensas deste duelo, Amanda carrega o peso de manter títulos do UFC para o Brasil em meio à seca de conquistas dos nossos atletas no octógono. E para isso, ela segue enfrentando adversárias que pouco acrescentam ao seu legado.

Justamente porque ela já venceu todas as demais ex-campeãs das duas divisões em que compete. Refém de seus próprios feitos, Amanda me surpreende por ainda ter motivação para competir em alto nível. Resta saber ainda por quanto tempo.