Opinião

UFC Paris prova que proibição do MMA fomentou evolução do esporte na França

O card do UFC realizado neste sábado (2) na cidade de Paris foi, como diz a adaptação do bordão, um "show para francês ver". Com 100% de aproveitamento, - Yanis Ghemmouri foi o único local a não vencer, mas foi superado pelo compatriota William Gomis -, os lutadores locais fizeram a alegria da torcida local e reafirmaram a nova fase do esporte no país

Entre nomes pouco conhecidos, promessas e atletas já consolidados na organização, os franceses provaram que a proibição do MMA no país, que durou até janeiro de 2020, não atrasou o desenvolvimento das artes marciais mistas na região. Um recado direto para os que se esforçaram duramente contra a regulamentação do esporte.

Na disputa principal de hoje, Ciryl Gane anotou sua nona vitória na organização e deixou claro que merece mais uma oportunidade de disputar o cinturão dos pesos-pesados. Com velocidade e precisão ímpares para a divisão, o kickboxer só perdeu até hoje para os ex-campeões Jon Jones e Francis Ngannou.

Não à toa, Gane, que desde que trocou o kickboxing pelo MMA se apresentou apenas duas vezes no seu país, é o rosto do esporte em seu país. Mais do que justo que ele, então, liderasse novamente o card em Paris e ajudasse a apresentar nomes que devem dar o que falar no octógono em breve.

Aos 33 anos, a peso-mosca (57 kg) Manon Fiorot caminha a passos largos para garantir sua disputa pelo cinturão. Invicta no UFC, a francesa anotou seu sexto triunfo no evento ao bater com tranquilidade a ex-campeã dos palhas Rose Namajunas. Agora, resta a ela esperar a revanche entre Alexa Grasso e Valentina Shevchenko, marcada para 16 de setembro.

Se nada de incomum acontecer depois do confronto, como uma terceira luta seguida entre as atletas ser marcada, Fiorot terá sua chance já na próxima vez que pisar no octógono. Cenário animador que contagia outros nomes, como Benoit St-Denis. Neste sábado, ele nocauteou o brasileiro Thiago Moisés e cravou sua quarta vitória seguida no UFC - todas pela via rápida.

No entanto, o show não ficou apenas dentro do octógono. Fanáticos pelo esporte, cerca de 20 mil fãs franceses lotaram o ginásio Accor Arena desde as primeiras apresentações da noite em um card, vale lembrar, que não era numerado. Uma edição do "UFC Fight Night" normalmente conta com menos impacto e, por vezes, é realizada em arenas menores.

A proibição, como esperado, apenas aumentou o clamor daqueles que apoiavam o MMA na França. Após anos de luta nos tribunais pela legalização do esporte, o debate fomentou interesse de praticantes e de fãs, tanto que os resultados vistos hoje podem ser apenas o começo de uma nova fase do esporte na região.

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