Sean Strickland se consagra como o novo "Buster Douglas" do UFC
A nova geração que acompanha o mundo das lutas talvez não tenha Buster Douglas como referência. O nome mencionado foi o responsável por acabar com a invencibilidade de Mike Tyson nos ringues em fevereiro de 1990 e, com mérito, tornou-se uma expressão que remetia a um feito gigantesco em que um azarão derrotava um super favorito em um combate. Desde então, os fãs dos esportes de combate acompanharam algumas vitórias que mereceram tal comparação.
Neste sábado, na luta principal do UFC 293, Sean Strickland quebrou a banca ao derrotar o até então favorito Israel Adesanya de forma dominante. Foram cinco assaltos marcados, em sua maior parte, pelo domínio territorial e pressão com golpes a curta distância. Quem poderia imaginar?
Buster Douglas, há 33 anos, conteve o ritmo do explosivo Tyson até dominar o combate e nocauteá-lo no décimo round. Assim como ele, Matt Serra quebrou as probabilidades ao nocautear Georges St-Pierre. Anos mais tarde, o americano estava no córner do pupilo Chris Weidman, que nocauteou Anderson Silva no segundo round, roubando o cinturão daquele que muitos apontam como o maior lutador de MMA da história. Quem poderia imaginar?
Esses feitos têm em comum, além da surpresa gerada por cada uma dessas vitórias, o fato de terem sido responsáveis pela interrupção de grandes legados. E é precisamente por isso que tais combates serão lembrados por muito tempo, como a personificação do "Davi x Golias", seja no ringue ou no octógono.
Se Adesanya vencesse hoje, caminharia a passos largos para pressionar com números os feitos de Anderson na divisão dos médios. Dominante na categoria, o nigeriano havia derrotado os principais rivais do ranking, alguns deles em duas ocasiões, e ainda contava com o fato de ter nocauteado Alex Poatan, seu algoz e grande arquirrival no esporte.
Aos 34 anos, Adesanya também já mirava uma nova tentativa de disputar o título dos meio-pesados, o que o colocaria em destaque na briga pelos postos de um dos melhores da história. Colocaria... Afinal, se o "se" não ganha jogo no futebol, ele também não garante a vitória em uma luta.
A festa parecia montada para Adesanya, que liderava o card do UFC em seu retorno à Austrália após quatro anos longe. Ele, que cresceu na Nova Zelândia, é o rosto mais popular do esporte na região e tinha tudo para garantir a alegria dos cerca de 20 mil fãs presentes no ginásio em Sydney. Não fosse, claro, a performance exuberante do azarão Sean Strickland. Quem poderia imaginar?
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