Opinião

Marina Rodríguez acerta em cheio ao mudar postura após vitória no UFC

No início do ano passado, Marina Rodriguez esteve próxima de disputar o cinturão do UFC. De acordo com ela, algumas decisões ruins, aliadas a lesões, atrapalharam sua carreira e resultaram em duas performances abaixo do esperado. Pressionada por duas derrotas seguidas, fato inédito em sua jornada no MMA, a gaúcha retomou o caminho das vitórias no octógono - e com estilo.

Além da performance de tirar o fôlego diante de Michelle Waterson, que sucumbiu no segundo assalto diante do atropelo imposto pela brasileira, Marina mudou um pouco sua postura também fora do cage. Na entrevista após o anúncio do resultado, a atleta desafiou a invicta Tatiana Suarez para uma luta, fato incomum em sua carreira.

Profissional ao extremo, a brasileira marcou sua trajetória no UFC com seu estilo pacato e alheio às provocações que roubaram a cena no maior evento de MMA do mundo nos últimos anos. Ainda longe de cruzar a linha do trash talk, Marina se colocou em uma posição ativa ao pedir uma luta publicamente, feito necessário para um lutador do seu calibre. Deixar a decisão de seus próximos passos apenas nas mãos dos promotores do show seria um erro.

E para essa pequena mudança de rumo em sua carreira, dois pontos importantes caminharam juntos. O primeiro: a performance agressiva. Não fosse o domínio completo contra a experiente adversária, de nada valeria o discurso. Por fim, o alvo escolhido chama a atenção e gera um interesse natural dos fãs, o que é fundamental para uma futura negociação nos bastidores.

Invicta no MMA com dez vitórias, Tatiana é a atual número três do ranking dos pesos-palhas e é uma wrestler de excelência. Marina, por sua vez, é uma trocadora nata, o que tornaria o confronto um clássico duelo de estilos, e possivelmente colocaria a brasileira como a zebra. E como sabemos, a lógica no mundo das lutas é simples: quanto maior o risco, maior a recompensa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes