Opinião

Fusão entre Bellator e PFL poderia salvar fase final da carreira de Cyborg

Durante os anos que antecederam sua contratação pelo UFC, Cris Cyborg enfrentou dificuldades para encontrar rivais dispostas a enfrentá-la no octógono. Nocauteadora, a curitibana parecia assustar as concorrentes, que por vezes se recusaram a lutar, impedindo que ela testasse suas habilidades nos cages de forma mais regular e consistente.

Paciente, a brasileira precisou derrotar todas as oponentes que cruzaram seu caminho por sete anos no Strikeforce e no Invicta até ter a chance de competir no maior evento do mundo. E isso demorou, tanto devido à falta de combatividade das adversárias quanto à relutância do UFC em apostar no MMA feminino.

Tanto que a brasileira só pisou no octógono quando estava prestes a completar 31 anos, e isso só foi possível devido à expectativa da organização de que ela um dia pudesse descer para a divisão dos galos (61 kg), onde teria adversárias de calibre para enfrentar, como Ronda Rousey.

Com a impossibilidade da meta ser atingida, Cyborg mais uma vez viu o número de possíveis rivais ser reduzido - tanto que a rasa categoria dos penas sequer conta com um ranking oficial no evento. Sete lutas depois, a atleta deixou a organização presidida por Dana White de forma conturbada e encontrou no Bellator sua nova, e possivelmente última, oportunidade.

No entanto, o nível apresentado pela atleta no cage, mesmo aos 38 anos, ainda é muito superior ao das rivais. Tirando o nocaute sofrido para Amanda em dezembro de 2018, ainda no UFC, nenhuma adversária representou, de fato, um perigo para Cyborg no MMA internacional. Agora, com a vitória convincente diante de Zingano, a trajetória da carreira da brasileira volta ao holofote.

Sem um cenário competitivo à sua frente, Cyborg também sofre para chamar a atenção do grande público. Afinal, seu favoritismo é tão grande que a ansiedade do fã casual do esporte em vê-la em ação é pequena, o que automaticamente reduz o engajamento e seu poder de venda de pay-per-views.

A solução, então, já na fase final de sua carreira, é torcer pela especulada fusão entre PFL e Bellator. Caso isso aconteça, ao menos dois nomes, talvez os únicos possíveis, surgem como rivais à altura: Larissa Pacheco e Kayla Harrison. Caso contrário, pouco se pode fazer para gerar o interesse dos fãs nos capítulos finais de uma das atletas mais vitoriosas da história deste esporte.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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