Opinião

Lesão estraga plano de aposentadoria perfeita para Jon Jones

A notícia de que uma lesão no ombro deixará Jon Jones fora de combate por oito meses frustrou não apenas os planos do UFC, mas também o projeto pessoal do atleta. Escalado para liderar o card do UFC 295 em 11 de novembro, em Nova York, o americano tinha todas as razões para desejar participar desse histórico evento, o que representaria a realização de uma antiga meta pessoal.

Nascido e criado no estado de Nova York, 'Bones', com 36 anos, nunca lutou no icônico ginásio Madison Square Garden, em Manhattan. O atleta foi, aliás, uma das vozes mais consistentes na campanha para a legalização do MMA no estado, que só ocorreu em 2016. Desde então, seis eventos foram realizados na arena, mas o lutador não participou de nenhum deles.

Agora, como campeão dos pesos-pesados e já na fase final de sua carreira, Jon Jones tinha uma meta clara: romper esse tabu e deixar em aberto a possibilidade de se aposentar. Isso só seria possível porque sua luta em 11 de novembro seria contra Stipe Miocic, apontado como o maior nome da categoria de todos os tempos. Portanto, uma vitória contra o rival consolidaria a busca pela aprovação que Bones tanto almejava.

Virtualmente invicto quando competia entre os meio-pesados - sua única derrota foi declarada devido a uma polêmica interrupção médica - Jones acumulou recordes e feitos no MMA. No entanto, por ter migrado de categoria tardiamente, ele não tem mais tempo a perder na nova divisão, o que justifica a busca por renomados adversários para seu currículo.

Não por acaso, ele enfrentou Cyril Gane em sua única luta na divisão para conquistar o cinturão vago. Antes, porém, o atleta estava negociando um confronto com Francis Ngannou, um dos maiores nocauteadores que o esporte já viu. Com o título em mãos e a decisão de Ngannou de deixar o UFC, coube a Jones escolher o desafio que mais agregaria ao seu legado.

E em caso de vitória contra Miocic "em casa", Jones, com 27 vitórias no currículo, poderia se despedir do esporte no auge, sem deixar dúvidas no octógono. Campeão de duas divisões, praticamente invicto e com um triunfo diante de seus fãs no ginásio onde tanto sonhou competir, ele teria tudo para conquistar a aposentadoria mais "perfeita" possível. Não fosse, claro, a notícia de que uma lesão no ombro o deixará fora de ação por oito meses...

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