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Opinião

José Aldo pode adiar sonho de Deiveson Figueiredo de disputar título do UFC

Deiveson Figueiredo venceu com certa facilidade Marlon Vera neste sábado (3), no UFC Abu Dhabi, e não perdeu tempo. Assim que teve o microfone na mão, ainda no octógono, pediu por uma chance de disputar o cinturão - e errado ele não está. Afinal, nos bastidores do MMA, quem não é visto não é lembrado.

Com três vitórias entre os pesos-galos em apenas nove meses, Deiveson, ex-campeão dos moscas, acabou de superar o último desafiante ao título e atual número quatro do ranking. Automaticamente, ele deve subir posições importantes no ranking. Curiosamente, no mesmo evento, Cory Sandhagen, atual segundo colocado da lista, perdeu para Umar Nurmagomedov e se afastou da sonhada vaga. Por fim, em uma interessante combinação de eventos, coube a José Aldo se tornar um grande empecilho para o compatriota.

Na última semana, Aldo confirmou que renovou seu contrato com o UFC e que irá enfrentar Mario Bautista, atual número 12 do ranking, no dia 5 de outubro. O detalhe é que o ex-campeão dos pesos-penas estava sem contrato e, como todos sabem, vinha sendo sondado por outros eventos, assim como por promotores de boxe. Portanto, acho praticamente impossível que durante a negociação com o UFC a possibilidade de uma disputa de cinturão não tenha sido ventilada.

Até porque, convenhamos, Aldo ainda é o atleta mais famoso da categoria. Membro do Hall da Fama do evento e com dinheiro suficiente no banco para viver sem dores de cabeça, Aldo deixou claro com o seu retorno que o desejo de ser campeão é sua maior motivação. Sendo assim, imagino que o cenário foi amplamente desenhado e discutido: se vencer Bautista, uma furada de fila faz sentido.

Oitavo do ranking, o brasileiro já disputou o cinturão desta categoria e, atualmente, soma quatro vitórias em suas cinco últimas apresentações no octógono. O único revés foi diante do atleta da Geórgia Merab Dvalishvili que, no próximo mês, encara o campeão Sean O'Malley. Para Aldo, e imagino que para o UFC também, ambas narrativas funcionariam. Seja uma revanche contra seu último algoz ou o embate de gerações com O'Malley.

A sorte está lançada?

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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