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Opinião

Alex Poatan aproveita escassez de campeões midiáticos e faz fortuna no UFC

Nesta sexta-feira (16), Alex Poatan foi confirmado como o líder do card do UFC 307, que acontecerá em 5 de outubro, nos EUA. Com isso, o brasileiro fará sua quinta luta no octógono em um intervalo de apenas 14 meses, uma frequência que lhe garante destaque e, sem dúvida, muito dinheiro. Mas há uma razão clara para isso.

Campeão dos meio-pesados, Poatan se tornou o principal rosto da organização em 2024. E, verdade seja dita, a concorrência não é das mais acirradas. Afinal, com as raras aparições de Conor McGregor e Jon Jones nos últimos anos, somadas às derrotas de campeões emblemáticos como Israel Adesanya e Charles do Bronx, o UFC enfrenta um período em que a maioria de seus campeões não tem apelo com o grande público -- e aqueles que têm, não competem com frequência.

No plantel atual da organização, por exemplo, nomes como Belal Muhammad e Raquel Pennington, donos dos títulos dos meio-médios e dos galos, respectivamente, não desfrutam de popularidade nem mesmo entre os fãs mais fiéis. Seja pelo estilo mais conservador em suas lutas ou pelo pouco engajamento nas promoções dos combates, poucos campeões atraem grande atenção para suas apresentações. E, entre os que conseguem, apenas Poatan parece disposto a defender seu título repetidas vezes.

Assim, o brasileiro se encaixa perfeitamente nas intenções e necessidades atuais do evento. Nocauteador, recordista e mais ativo do que a imensa maioria dos campeões que já passaram pelo octógono, Poatan continua colhendo os frutos de sua ousada estratégia. Como ele mesmo afirmou, por ter chegado ao UFC aos 34 anos, "não há tempo a perder". A recompensa é alta, enquanto os riscos são calculados.

Talvez por representar tanto para o evento e por ter salvado dois cards em cima da hora nesta temporada -- liderando o UFC 300 e o UFC 303 com poucas semanas de preparação --, o atleta parece ter caído nas graças dos promotores do show. Afinal, no dia 5 de outubro, ele enfrentará Khalil Rountree Jr., número oito do ranking, em um duelo que pegou muitos de surpresa, incluindo este colunista.

Mas, como mencionado anteriormente, Poatan colhe os frutos de tudo o que construiu recentemente na organização. Nada mais justo, então, que enfrente um rival cujo estilo se encaixe melhor ao seu jogo...

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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