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Opinião

Sonho dos fãs brasileiros, Alex Poatan vs. Jon Jones no UFC soa impossível

não há dúvidas sobre o potencial e a popularidade de Alex Poatan no UFC. Campeão dos meio-pesados da organização, o brasileiro tornou-se um verdadeiro fenômeno após uma série impressionante de feitos: já são nove vitórias, sendo sete por nocaute, e dois cinturões conquistados - tudo isso em menos de três anos. Seu sucesso comercial tem gerado especulações e demandas por superlutas, especialmente por parte dos fãs brasileiros.

Antes mesmo de suas últimas duas lutas, Poatan passou a ser questionado sobre possíveis desafios futuros, como mudanças de categoria ou até mesmo uma migração para o boxe. Entre essas possibilidades, a que mais empolga os fãs ao redor do mundo é uma superluta contra Jon Jones, válida pela divisão dos pesos-pesados. No entanto, essa possibilidade parece cada vez mais remota.

Jon Jones, que está há quase dois anos sem lutar, está à beira da aposentadoria. Aos 37 anos, o veterano enfrentará Stipe Miocic em novembro, em Nova York, em uma luta que, segundo ele, deve ser sua despedida oficial dos octógonos de MMA. Só esse fator já torna o confronto contra Poatan altamente improvável. Mas há ainda mais motivos para acreditar que essa superluta não deve acontecer.

Caso vença Miocic, para que Jones aceitasse adiar sua aposentadoria, ele teria que ser persuadido a lutar novamente, arriscando sua longa sequência de invencibilidade contra um dos nocauteadores mais letais da atualidade. O problema, no entanto, não está apenas na disposição de Jones, mas também no interesse do UFC em promover essa luta.

Para que esse confronto ocorresse, Alex, atual campeão dos meio-pesados, precisaria deixar sua divisão paralisada, aguardando seu retorno para que o cinturão fosse novamente disputado. Uma migração definitiva para os pesos-pesados não parece uma opção viável no momento. Além disso, o resultado desse combate traria complicações inevitáveis.

Primeiro, se Poatan saísse vitorioso, ele não poderia simplesmente abandonar o título dos meio-pesados. Ele teria que defender ambos os cinturões, o que diminuiria o ritmo em ambas as categorias, comprometendo o calendário de lutas do UFC. Isso porque os eventos pay-per-view da organização dependem fortemente de lutas por títulos como atrações principais.

Além disso, ao promover uma superluta entre Jones e Poatan, o UFC teria que deixar o atual campeão interino dos pesos-pesados, Tom Aspinall, inativo por um período, enquanto o combate fosse realizado. Isso significaria que Aspinall teria que defender seu título provisório posteriormente, mantendo a categoria em um impasse até que a luta entre um lutador em fase de aposentadoria e um campeão de outra divisão fosse resolvida.

Sem dúvida, a ideia de uma luta entre Alex Poatan e Jon Jones é empolgante. Que fã de MMA não gostaria de ver um duelo entre dois dos atletas mais dominantes da história do esporte? Contudo, parece que o momento ideal para essa luta já passou. Quem sabe se esse cenário tivesse sido desenhado há dois anos...

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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