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Chega! Michel Pereira não pode mais lutar no UFC Apex

O ano de 2024 parecia perfeito para Michel Pereira no UFC. Com duas vitórias por nocaute, o peso-médio (84 kg), aos 31 anos, consolidou sua posição entre os 15 principais nomes no ranking oficial do evento e valorizou seu nome dentro da organização. No entanto, o capítulo final desta temporada foi um dos mais amargos possíveis para o atleta.

Neste sábado, Michel foi dominado fisicamente por Anthony Hernandez, perdendo a chance de se aproximar do top 10 do ranking oficial, interrompendo sua sequência de vitórias e sofrendo um grande revés em termos de poder de barganha para negociações futuras. Agora, mais do que nunca, ele precisará escolher seus próximos passos com cautela. E a primeira decisão que, para mim, parece clara é: ele deve manter distância do UFC Apex.

Para seu próximo duelo, Michel precisa se recuperar. Mas até lá, é provável que sua posição no ranking já tenha sofrido um impacto negativo, diminuindo seu poder de negociação. A solução, em minha opinião, é dar um passo para trás e escolher um adversário de menor risco. Mesmo que esse confronto não ofereça grandes recompensas, ele pode garantir a Michel uma vaga em um card numerado.

Minha sugestão é que Michel foque no apoio dos fãs. Ele precisa lutar em uma arena cheia, com lotação máxima e, acima de tudo, em um octógono grande. Vale lembrar que o cage do UFC Apex é menor, o que impacta diretamente o ritmo do combate. Ao lutar em uma arena com mais espaço, Michel terá condições de usar melhor seu estilo dinâmico e imprevisível, garantindo o apoio do público.

É hora de aproveitar sua popularidade crescente para evitar desafios desnecessários. Afinal, a lógica é simples: se o risco for alto, a recompensa também deve ser. Nas últimas lutas, Michel enfrentou Michał Oleksiejczuk e Ihor Potieria, dois adversários que não trouxeram grandes dificuldades, mas também não ofereceram ganhos significativos para sua trajetória rumo ao cinturão.

Neste sábado, em sua primeira luta principal no UFC, Michel enfrentou Anthony Hernandez, outro membro do top 15 dos pesos-médios. A diferença é que, embora Hernandez tenha um perfil discreto e não ofereça um grande salto no ranking (ele é o 13º e Michel o 14º), "Fluffy" representava um enorme desafio. O americano venceu por nocaute técnico no quinto assalto.

Explosivo, com um estilo único e evasivo, Michel Pereira, o "Paraense Voador", não foi feito para lutar em uma arena com menos de dois mil espectadores e com um octógono pequeno. Vencendo ou perdendo, ele precisa oferecer espetáculo e entretenimento - e sua luta de hoje não garantiu nem um, nem outro.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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