Personalidade anti-herói faz de Carlos Prates um fenômeno de popularidade
Em quase 15 anos cobrindo eventos de MMA, raramente presenciei um início de trajetória no UFC tão impactante. Carlos Prates, aos 31 anos, nocauteou Neil Magny neste sábado (9), consolidando uma sequência perfeita. Com quatro lutas na organização, Prates acumula quatro vitórias por nocaute e quatro prêmios de "Performance da Noite". Mas seu sucesso vai além do octógono.
Longe de se encaixar no perfil tradicional de atleta, Carlos Prates é um fumante assumido. Isso mesmo que você leu. Um dos lutadores mais promissores dos últimos anos deixa claro que não pretende mudar ou criar uma imagem que não reflita quem ele realmente é. Em suas redes sociais, ele exibe uma vida sem filtros, alternando entre cenas de treino e aparições em festas.
Nas entrevistas, sua personalidade se destaca ainda mais, de forma autêntica e cativante. Sem tentar minimizar possíveis polêmicas ou criar uma imagem mais comercial, Prates diz o que pensa. Seu treinador, Pablo Sucupira, o apelidou de "Romário do MMA" — um apelido que ele honra com seu estilo irreverente.
Nesta semana, durante uma conversa com a imprensa, Prates revelou, sem rodeios, que estava sem treinar quando assinou o contrato e que entrou no combate carregando algumas lesões. Sempre direto, não hesita em criticar e até xingar quem o incomoda, como fez com Randy Brown, adversário com quem deveria lutar no final do ano.
Em um breve bate-papo nos bastidores do Apex, em Las Vegas, na última quarta-feira, Carlos me disse com um sorriso algo que resume bem sua essência: "Eu não sou atleta, sou lutador. Não preciso correr uma maratona, preciso machucar meu adversário."
É claro que sua postura é arriscada. Enquanto as vitórias continuam chegando, sua base de fãs cresce exponencialmente. No entanto, no momento em que ele sofrer uma derrota, os famosos "haters" não perderão tempo em atribuir o revés a seus hábitos. Além disso, sua autenticidade, embora acelere seu processo de popularização, pode afastar potenciais patrocinadores.
Resta saber o que o futuro reserva, mas uma coisa é certa: a postura de Carlos Prates é uma escolha pessoal, e cabe somente a ele. Ser autêntico e inesquecível é algo que todo atleta deve buscar. E, nesse aspecto, Prates dá uma verdadeira aula.
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