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Olhar Olímpico

Banco do Brasil vai na contramão das estatais e amplia contrato com a CBV

Jogadores do Taubaté comemoram ponto contra o Sesi no quinto jogo das finais da Superliga masculina 2019 - Guilherme Cirino/Saída de Rede
Jogadores do Taubaté comemoram ponto contra o Sesi no quinto jogo das finais da Superliga masculina 2019 Imagem: Guilherme Cirino/Saída de Rede

24/01/2020 04h00

Na contratação das principais empresas estatais federais, que vêm reduzindo o apoio ao esporte, o Banco do Brasil ampliou seu patrocínio à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Nesta sexta-feira (24) tanto a Superliga Feminina quanto a Masculina passam a ser patrocinadas pela BB Seguros, empresa da seguros do banco estatal.

De acordo com o próprio Banco do Brasil, esse contrato é específico para as Superligas, nas temporadas 2019/2020 e 2020/2021, pelo valor total de R$ 2,4 milhões. O banco substitui a Cimed, farmacêutica que tinha os naming rights do torneio na temporada passada e que retirou todo o apoio que dava ao esporte olímpico - também patrocinava a Confederação Brasileira de Basquete.

O Banco do Brasil tem o título de "patrocinador oficial do voleibol brasileiro", desde 1991, quando começou a patrocinar a CBV. Os contratos, que incluem as seleções de quadra, costumam ser renovados a cada quatro anos, para os ciclos olímpicos. Recentemente, o contrato deixou de incluir o Circuito de Vôlei de Praia, que até então recebia valores significativos e se chamava "Circuito Banco do Brasil". A Superliga, por outro lado, nunca fez parte do pacote.

"Estamos muito felizes com a vinda de uma marca como essa, que chega para fazer a nossa Superliga cada vez mais forte. Essa é a principal competição do nosso calendário, onde estão alguns dos principais atletas do mundo, e contar com a BB Seguros a partir de agora nos deixa realmente extremamente orgulhosos", comentou, via assessoria, o diretor-executivo da CBV, Radamés Lattari.

Já a BB Seguros diz que "o patrocínio à Superliga representa a possibilidade de estar presente e interagindo com um público de interesse para a ampliação dos negócios e do reconhecimento no segmento de seguros brasileiro".

O movimento do BB surpreende porque o contrato com a CBV, que vinha desde 2016, já era o maior do país na área esportiva, de cerca de R$ 54 milhões ao ano. E também porque outras estatais estão fugindo das modalidades olímpicas. A Petrobras, por exemplo, não renovou nenhum contrato depois da Rio-2016. A Caixa até renovou com ginástica e atletismo, por valores menores, mas saiu das outras confederações. O BNDES encerrou o patrocínio à canoagem.

Depois da chegada de Jair Bolsonaro à presidência a situação piorou para o esporte de forma geral. A Petrobras cortou o patrocínio à McLaren e a Caixa encerrou o apoio que dava a diversos clubes de futebol. Os Correios não renovaram com as confederações de tênis e de desportos aquáticos. O Banco do Brasil, por outro lado, ampliou seu leque. Recentemente também anunciou patrocínio a 36 corridas de rua, duas corridas com obstáculos e duas travessias aquáticas e nove estados do país.