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Coronavírus faz nadadores brasileiros fazerem bate-volta de 24h na Itália

Nadadoras paraolímpicas participam de competição em São Paulo - Divulgação/CPB
Nadadoras paraolímpicas participam de competição em São Paulo Imagem: Divulgação/CPB

26/02/2020 17h47

O surto de Coronavirus no norte da Itália causou transtornos à seleção brasileira de natação paraolímpica. A equipe havia acabado de chegar à região quando foi informada de que uma competição internacional programada para começar nesta quinta (27) havia sido cancelada. No total, a estadia na Itália durou apenas 24 horas.

A viagem começou no sábado (22), quando já havia confirmação de duas mortes causadas pelo coronavírus na região da Lombardia e o governo italiano já havia anunciado medidas que visavam frear a propagação da doença. Antes de embarcar à noite, porém, os brasileiros contataram o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, comandado pelo brasileiro Andrew Parsons), os organizadores do torneio e a federação italiana, que asseguraram que o torneio estava mantido.

"Falei com o head coach da Itália e ele também garantiu que ia ter competição. Quando a gente chegou na Itália, estava em Veneza esperando o ônibus para o centro de treinamento, saiu o comunicado do IPC avisando que havia sido cancelado. Alguns atletas estavam com internet, ficaram sabendo, e começaram a comentar. Quando chegamos em Lignano Sabbiadoro eu avisei o grupo que tinha sido cancelado e que iríamos voltar", contou Leonardo Tomasello, técnico chefe da natação paraolímpica brasileira.

A estadia na Itália durou apenas 24 horas. A delegação, formada por 33 pessoas, chegou em Veneza por volta das 20h do domingo e voou em direção a Zurique (Suíça) às 20h05 de segunda-feira. Em Lignano Sabbiadoro, sede da etapa do circuito mundial da natação paraolímpica, o time ficou apenas 15 horas. Tempo de dormir, acordar, tomar café, fazer as malas e partir para a viagem de volta.

De acordo com Tomasello, por causa do coronavírus, foram tomadas medidas de precaução. "Já saímos com orientações para tomar cuidado redobrado com higiene, estar sempre limpando a mão com álcool gel e colocar a máscara se sentir necessidade", conta. Segundo ele, a delegação ficou pouco tempo no aeroporto e, por ter chegado bem antes da competição, encontrou um CT ainda vazio, tendo contato com poucas pessoas. Além disso, a região não está entre as afetadas pelo surto.

Lignano Sabbiadoro fica na região de Friul-Veneza Giulia, no extremo nordeste da Itália, já na divisa com a Eslovênia. Além desta região, o governo italiano também proibiu eventos esportivos com portões abertos até o próximo domingo em Lombardia, Veneto e Piemonte, regiões mais afetadas, na Ligúria e na Emilia Romagna. A Itália é o quarto país mais afetado pelo coronavírus, com mais de 300 casos confirmados. Está atrás somente de China, epicentro da doença, da Coreia do Sul e do Japão.