Coronavírus faz Itália cancelar prova pela primeira vez após guerras
A decisão do governo italiano de proibir a realização de qualquer evento esportivo com a presença de torcida durante os próximos 30 dias, por causa do coronavírus, vai causar enorme efeito no ciclismo, uma paixão nacional. Pela segunda vez na história, a primeira depois das duas grandes guerras, a tradicional volta clássica (de um dia) Milão-San Remo está entre as canceladas.
A prova é uma das mais antigas e tradicionais do calendário internacional, tendo sido realizada pela primeira vez em 1906. Ligando Milão à cidade praiana de San Remo, a prova só não foi realizada em três ocasiões: em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, e em 1944 e 1945, na Segunda Guerra Mundial.
Além da Milão-San Remo, que estava marcada para 21 de março, também está cancelada a Tirreno-Adriático, volta por etapas que deveria ocorrer entre os dias 11 e 17. Diversas equipes já haviam solicitado que a corrida fosse cancelada pelos organizadores, o que fez a União Ciclística Internacional (UCI) determinar que apenas autoridades locais podem tomar tal decisão.
Na semana passada, a Volta de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, foi cancelada quando faltavam duas etapas para seu fim. Os ciclistas foram trancafiados nos hotéis onde estavam e todos foram submetidos a testes para o coronavírus. No total, oito resultados positivos já foram confirmados, sendo quatro italianos, dois russos, um alemão e um colombiano.
Um dos infectados é o ciclista Igor Boev, russo da Gazprom-RusVelo. Atletas e membros desta e de outras duas equipes estão em quarentena em um hotel, no qual ocupavam o mesmo corredor. Eles ficarão isolados até 14 de março, de acordo com autoridades sanitárias dos Emirados Árabes Unidos.
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