Zé Roberto critica CBV por descartar seu voto e manter ranking na Superliga
O José Roberto Guimarães técnico e gestor do São Paulo/Barueri está inconformado com a postura da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Na quinta-feira (12), a entidade descartou os votos enviados por e-mail tanto por ele quanto pelos gestores do time de Curitiba e aprovou a manutenção do polêmico ranking de atletas na Superliga Feminina. Por esse sistema, cada time pode ter apenas duas jogadoras de ponta, que valem 7 pontos, o que em diversos momentos obrigou atletas da seleção a se transferirem para fora do país.
"Em nenhum momento a CBV disse: 'Vamos votar o ranqueamento e a presença tem que ser presencial, vocês têm que estar presentes'. Como estamos em contenção de despesa, nós não mandamos representante. Se ela tivesse dito, eu teria pago do meu bolso e teria ido eu mesmo para a reunião", reclama Zé Roberto, que também é o treinador da seleção brasileira feminina, mas faz questão de separar as duas funções.
O próprio Zé Roberto enviou para a CBV um e-mail com seu voto: extinguir o ranking e aceitar três estrangeiras contanto que não fossem da mesma nacionalidade. "Mandamos por e-mail e a CBV deu ok. Na hora da votação, o supervisor do Rio, Harry (Bollmann Neto), disse que não concordava os votos computados porque não estávamos presente", conta o treinador de Barueri. O time citado é o Sesc/Rio, de Bernardinho.
Os votos foram descartados pela CBV e apenas os oito clubes presentes votaram. Sesi/Bauru, Pinheiros, Flamengo e Fluminense acompanharam o Sesc/Rio e aprovaram a manutenção do ranking, com os votos contrários de Osasco, Minas Tênis Clube, Praia Clube e da comissão de atletas. Por 5 a 4, o ranking segue existindo.
"Estou pedindo para a CBV que ela aceite os votos, ou marque uma nova reunião. Estamos tentando que isso seja revertido, que nossos votos sejam computados. Nós pagamos as taxas da CBV, cumprimos todas as normas da CBV, nós temos direito a votar. Em momento algum se disse que tinha que ser presencial", reclama Zé Roberto, destacando que não abre mão de fazer críticas à entidade por ser o treinador da seleção e, logo, funcionário da CBV.
"Se eu tiver que criticar eu vou criticar. Eu não consigo, se eu acho que tá errado, para o bem da entidade eu vou ter que falar. Se eu acho que não foi correta a atitude dos clubes e da CBV, eu vou falar. Ela tinha que ter tido outra postura, eu não posso ser conivente. Uma coisa é a seleção. Eu como técnico de clube, gestor de clube, eu tenho direito a voto na CBV. Eu não posso achar que as cosias feitas dessa maneira eu tenho que aceitar. Eu tenho direito a voto, sim. A CBV tinha que ter me orientado melhor."
Zé Roberto diz que há cerca de 10 anos é contra o ranking, mas no ano passado votou a favor por ter perdido as esperanças de que as coisas fossem mudar. Para ele, manter o modelo é um "tiro no pé" porque afasta investidores interessados em bancar equipes fortes.
"Fica essa cosia de restrição, de ranqueamento, e fica puxando todo mundo para trás. A gente pensa pequeno. Eu não tenho condições financeiras de brigar com esses caras, mas tenho que brigar pelo bem do vôlei brasileiro. Se os caras ganharem um Mundial é benéfico para todo o vôlei brasileiro", opina.
Os dez primeiros colocados da Superliga têm direito a voto quanto ao regulamento da próxima temporada. A exceção são os dois rebaixados: Renata/Valinhos e São Caetano. Com a primeira fase encerrada, a competição agora entra nas quartas de final, com os confrontos: Praia Clube x Curitiba, Sesc x Fluminense, Minas x Barueri e Osasco x Sesi/Bauru.
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