Clubes e CT's começam a fechar e atletas ficam sem ter onde treinar
Passada a fase de suspensão de torneios oficiais por causa do novo coronavírus, o esporte brasileiro chegou ao momento do fechamento de clubes e centros de treinamento. Em movimento que começou timidamente na sexta-feira (13) e ganhou força ao longo do dia nesta segunda (16), muitos dos principais polos de preparação dos atletas olímpicos brasileiros estão sendo fechados. No Rio, o Parque Olímpico da Barra teve todas as atividades esportivas suspensas pelo governo federal (tempo indeterminado) e pelo municipal (uma semana, pelo menos).
Principal centro de treinamento poliesportivo do país, o Núcleo de Alto Rendimento (NAR), na zona sul de São Paulo, mantido com recursos de patrocinadores, fechou as portas nesta segunda-feira e não tem previsão de reabri-las dentro de duas semanas. Também em São Paulo, a academia do Complexo Esportivo do Ibirapuera já está fechada e todas as atividades do local, entre natação, atletismo e judô, serão suspensas a partir de amanhã (17).
No Rio de Janeiro, o Centro de Treinamento do Time Brasil, do COB, no Parque Aquático Maria Lenk, já amanheceu recebendo apenas 30% dos atletas que treinam regularmente lá, mantendo apenas os que já estão classificados à Olimpíada ou se preparam para disputar Pré-Olímpicos. À tarde o COB decidiu fechar até 31 de março o Laboratório Olímpico, mas manter o CT funcionando parcialmente. "Visando manter, dentro do possível, a preparação para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, serão adotadas medidas de restrição de acessos para redução da circulação de pessoas na instalação ao máximo possível", disse o comitê, em nota.
O equivalente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), o Centro Paraolímpico de São Paulo, na zona sul, foi bem mais rígido. Pela manhã, a informação era que os atletas de atletismo, natação e tênis de mesa, testados diariamente pelo departamento médico, continuariam treinando. No final da tarde, o presidente Mizael Conrado anunciou o fechamento do CT. Só ele e um assessor devem continuar despachando de lá.
O Instituto Reação, no Rio, fechou as portas e nem os atletas de alto rendimento podem treinar. O clube está preparando um treinamento de preparação física para os judocas realizarem dentro de casa. No Sesi São Paulo, 53 unidades vão fechar a partir de quarta-feira (18), mas os atletas com chance de irem à Olimpíada continuam treinando em horários separados entre si, em piscinas isoladas para eles. Nos esportes coletivos os jogadores estão fazendo apenas treinamentos físicos, em grupos de quatro pessoas, apenas.
Os principais clubes sociais do país, onde treinam muitos dos atletas olímpicos brasileiros, também vão fechar as protas. O Pinheiros vai seguir aberto, mas apenas para a frequência de sócios, que podem utilizar piscina, quadras e pista de atletismo. Os treinamentos de atletas, assim como as escolinhas, porém, serão suspensos. Paineiras, Paulistano, Fluminense, Palmeiras, Corinthians e muitos outros clubes ou já fecharam as portas ou o farão nas próximas horas.
No Minas Tênis Clube, outro gigante do esporte olímpico, os treinamentos das equipes de base estão suspensos. Para o alto rendimento, cada modalidade decide como proceder. O judô, uma das forças do Minas, cancelou todos os treinos de tatame e de academia. Fará apenas exercícios físicos ao ar livre. A Sogipa estava em reunião as 18h.
Na prefeitura de São Paulo, os Centros Esportivos foram fechados. No boxe, a CBBoxe e a comissão técnica concordaram em suspender todos os treinamentos até 30 de março. A seleção permanente treina diariamente na mesma estrutura do NAR, pertencente à prefeitura.
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