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Olhar Olímpico

COI promete flexibilizar critérios de classificação olímpica

16/03/2020 10h40

A paralisação quase completa do esporte internacional impõe um grande desafio para o Comitê Olímpico Internacional (COI) e para as federações internacionais. Os Jogos Olímpicos de Tóquio seguem mantidos para começa em 24 de julho, mas todo o cronograma de seletivas foi arruinado com o cancelamento de eventos por todo o mundo. Na maratona, por exemplo, foram adiadas ou canceladas todas as maratonas daqui até o fim da janela de classificação e quem não fez índice não tem mais como fazê-lo.

Problemas assim têm preocupado atletas das mais diversas modalidades, uma vez que menos de 60% das vagas olímpicas já foram distribuídas. Nesta segunda-feira (16), pela primeira vez um dirigente do COI falou sobre o tema e prometeu que o comitê irá flexibilizar os critérios.

"Jantei com Thomas Bach na noite passada, tivemos reuniões, telefonamos de seu escritório na sexta-feira (13), há confiança nos japoneses e ele me deu instruções para garantir sejamos o mais flexível possível com a alteração da das regras de classificação para as federações. Isso vai acontecer", prometeu John Coates, vice-presidente do COI e líder da comissão de coordenação dos Jogos de Tóquio. Na terça (17), ele deve participar de uma teleconferência entre o COI e as federações para discutir o tema.

O australiano, que concedeu entrevista ao jornal local The Australian, afirmou ainda que maio é a data limite para que os Jogos sejam adiados ou cancelados, mas voltou a demonstrar otimismo. Ele também refutou o comentário de Dick Pound, ex-vice-presidente do COI e decano do comitê, que chegou a dizer que seria impossível realizar a competição no prazo.

"O COI não reconheceu nenhuma data que Dick inventou e acho que Dick recuou também. Tudo começa no dia 24 de julho ", disse Coates em outra entrevista, ao Sydney Morning Herald. "Estou muito feliz que os países estejam adotando essas medidas que claramente alguns países europeus deveriam ter adotado antes", opinou.

O dirigente, que se encontrou com Bach na Suíça, agora terá que ficar por 15 dias em quarentena ao chegar à Austrália. Assim como ele, diversos atletas australianos ficarão os próximos dias trancafiados em seus quartos, impossibilitados de treinar, como Mathew Belcher e Will Ryan, favoritos ao ouro na classe 470 da vela, que foram à Espanha para o Mundial que acabou cancelado.