Contrato chega ao fim e Caixa não renova com ligas de basquete
A Caixa Econômica Federal decidiu não renovar os contratos de patrocínio com as duas ligas nacionais de basquete, a masculina e a feminina. Os contratos, assinados há quatro anos, no finalzinho do governo Dilma Rousseff (PT), chegaram ao fim ontem, dia 15 de março. A confirmação foi dada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB, que tinha a Caixa como tittle sponsor - o torneio deixa de se chamar "NBB Caixa".
"Temos que levar em conta que estamos passando por um momento difícil da economia brasileira, e perder um patrocinador como a Caixa, claro, nos deixa tristes. Ao mesmo tempo, somos muito agradecidos porque a empresa acreditou em nosso projeto, presenciou e atestou o desenvolvimento e o crescimento da LNB nesses anos. Então, fica um sentimento de gratidão e de dever cumprido", afirmou o presidente interino da LNB, Nilo Guimarães.
A Caixa já havia dado sinalização de que não renovaria os contratos, o que inclusive fez a Liga de Basquete Feminino (LBF) ficar menor na atual temporada, com a desistência de duas equipes importantes: Catanduva (SP) e Sport Recife (PE). Ambas reclamaram que não se programaram financeiramente para custos que antes a LBF arcava, como viagens e arbitragem, e que não arcará na temporada que começou no domingo retrasado (8) e parou na sexta-feira (13). Esses custos eram pagos com recursos da Caixa.
Os contratos tinham valores expressivos. Pelo nome do NBB, o banco estatal desembolsou R$ 22 milhões (R$ 5,5 milhões por temporada). No basquete feminino o contrato foi de R$ 10 milhões, sendo R$ 2,5 milhões por temporada. Como comparação, em janeiro o Banco do Brasil fechou contrato semelhante com a CBV, pelas Superligas Masculina e Feminina, e topou pagar R$ 2,4 milhões por uma temporada e meia. Isso dá R$ 800 mil por temporada de cada torneio. O NBB, mesmo assim, está confiante de que pode receber até mais por um novo contrato e tem boas conversas no mercado.
Quando assinado, o contrato de patrocínio da Caixa ao basquete visava um apoio estatal às ligas que vinham ganhando força em momento em que o Brasil passava por crise na modalidade. O contrato ajudou o NBB a se fortalecer e se tornar a principal liga nacional exceto as de futebol. Hoje a competição tem jogos semanais na TV aberta (Band), nas redes sociais (Twitter, Facebook e Twitch), em streaming (DAZN) e em dois canais fechados (Fox Sports e ESPN Brasil).
"Tive a honra de poder iniciar essa relação com a Caixa em 2016 e é preciso dizer que o NBB é o sucesso que é hoje muito graças a essa parceria. A Caixa colaborou muito para que conseguíssemos executar uma série de iniciativas importantes para o desenvolvimento dos clubes e do campeonato, como o modelo multiplataforma de transmissão de jogos, por exemplo", disse João Fernando Rossi, presidente da LNB na época da assinatura de contrato e hoje diretor do São Paulo.
A não renovação de contrato entre a Caixa e as ligas levanta dúvidas sobre o que será de outros contratos esportivos da Caixa que se encerram ao final deste ano. A estatal já abandonou confederações como ciclismo e wrestling após os Jogos Olímpicos do Rio e, hoje, apoia apenas ginástica e atletismo, além do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). Todos os contratos com times de futebol foram rompidos quando Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu a presidência da República.
Tanto o NBB quanto a LNB estão parados por conta do coronavírus. As duas ligas chegaram a realizar jogos com portões fechados, mas cederam à pressão de clubes e jogadores, que foram contra a manutenção dos jogos. Para o NBB a paralisação é um duro golpe, porque o Jogo das Estrelas, que seria realizado no próximo final de semana, também teve que ser adiado.
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