Topo

Olhar Olímpico

Associação de atletas diz que 78% do atletismo quer adiar Olimpíada

23/03/2020 10h15

Em mais um movimento importante no tabuleiro dos Jogos Olímpicos de Tóquio, uma associação de atletas do atletismo fez uma pesquisa interna e anunciou que 78% da classe defende o adiamento da Olimpíada marcada para começar em 24 de julho. De acordo com a The Atlhletic Association, criada e presidida pelo triplista norte-americano Christian Taylor, bicampeão olímpico, mais de 4 mil atletas responderam a pesquisa.

Mesmo sem valor estatístico, a pesquisa deixa claro o que já era um sentimento da comunidade do atletismo: a enorme maioria dos atletas de nível olímpico no mundo está com sérias restrições de treinamento. Apenas 28% dos que responderam a pesquisa defendem que a Olimpíada ocorra como planejado, mas só 22% dos entrevistados aceitariam o simples cancelamento do jogo. No total, 87% dos atletas diz que teve sua preparação olímpica afetada.

"Estamos implorando ao COI que anuncie o adiamento das Olimpíadas de Tóquio 2020 muito antes do prazo de quatro semanas. Embora gostemos de ser informados sobre o novo prazo, consideramos injusto pedir aos atletas que continuem a viver e a treinar neste limbo. Os atletas estão arriscando sua saúde, bem como a saúde de seus treinadores e famílias e, de fato, da sociedade em geral, para continuar se preparando para os Jogos Olímpicos que provavelmente serão adiados", diz o comunicado.

Ontem, logo depois que o COI anunciar que estuda a possibilidade de adiar a Olimpíada de Tóquio e pedir quatro semanas para tomar a decisão, a World Athletics (antiga IAAF), federação internacional de atletismo, respondeu avisando que dará todo o suporte. Ainda que amistosa, a nota serve como resposta ao COI, que lista o rearranjo de datas dos Mundiais de 2021 como uma dificuldade para adiar os Jogos. O atletismo, que tem um Mundial previsto para agosto do ano que vem na sede da Nike, diz que não por isso: topa rearranjar datas.

Antes, duas federações nacionais de atletismo poderosas, dos Estados Unidos (32 medalhas no Rio) e da Grã-Bretanha pediram o adiamento da Olimpíada. Da parte dos atletas, o movimento mais importante até aqui nesse sentido foi dos atletas alemães, cuja associação de atletas olímpicos é considerada a mais poderosa politicamente do mundo.