Equipe paraolímpica presa em hotel em Quito pede ajuda para voltar
Uma equipe brasileira de nove nadadores, todos paraolímpicos, está pedindo ajuda para voltar ao Brasil. Um técnico e eles estão vivendo em um hotel que já está fechado para novos clientes em Quito, no Equador, e dependem da boa vontade dos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores para serem buscados por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e enfim poderem viver em quarentena ao lado dos familiares. O grupo já tem toda a documentação necessária para retornar.
Dezenas de embaixadas brasileiras em todo o mundo já solicitaram voos da FAB, mas a situação dos nadadores de Indaiatuba (SP) é especialmente delicada. O grupo está acompanhado de um treinador, Antônio Cândido, e tem dois deficientes intelectuais que tiveram crises dentro do hotel. Uma portadora de deficiência física, amputada, caiu da escada e se machucou. O estoque de remédios também é limitado.
"Estamos pedindo ajuda para o Ministério da Defesa e para o Itamaraty para que a gente possa voltar para o Brasil. Viemos para o Equador fazer um treinamento em altitude, mas com a pandemia os voos foram cancelados", conta, em vídeo publicado em suas redes sociais, a nadadora Raquel Viel, que é portadora de deficiência física.
"Estamos em nove atletas, entre eles tem dois intelectuais que já estão bem agitados, três visuais, inclusive a Raquel, que toma alguns remédios que estão acabando, e quatro deficientes físicos. Uma delas ontem mesmo caiu da escada, se machucou", continuou Cecília Araújo, vice-campeã mundial nos 50m livre da classe S8, para atletas com paralisia cerebral.
O grupo viajou a Cuenca, no Equador, para fazer um treinamento de altitude antes do Open Internacional de Natação e Atletismo, que deveria estar acontecendo no final desta semana em São Paulo. O torneio seria a última chance de atletas brasileiros dessas duas modalidades conseguirem índice para a Paraolimpíada de Tóquio.
Antes de viajar ao Equador, parte da equipe fez um bate-volta forçado na Itália, há um mês. Assim que chegaram a Veneza, souberam do avanço da pandemia no país e que a competição que disputariam havia sido cancelada. Menos de 24 horas depois, estavam voltando ao Brasil. Mas como o Open brasileiro ainda estava confirmado, eles decidiram fazer mais uma viagem.
Quando a seletiva foi cancelada, no dia 13 de março, devido ao coronavírus, o grupo de Indaiatuba já estava em Cuenca. Antecipar o trajeto Cueca-Quito-Lima-São Paulo custaria R$ 8 mil por cabeça. Dois dias depois, o aeroporto da cidade fechou, Por recomendação da embaixada brasileira, o grupo conseguiu se deslocar de van até Quito, onde se hospedou no único hotel que os aceitou no sábado passado (21).
Esse hotel, porém, fechou as portas na terça-feira (24) e, por solidariedade, permitiu que os brasileiros continuassem hospedados em quatro quartos. O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) está pagando o hotel. As refeições, porém, estão sendo feitas pelo técnico da equipe, Antônio Candido. Ontem, uma atleta amputada escorregou na escada e machucou o coto e cóccix.
Também na terça, o CPB agradeceu o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo, o embaixador Fabio Marzano e o secretário de Esporte Marcelo Magalhães pela "sensibilidade. "Um avião da FAB irá resgatá-los em breve. Agradecemos pela sensibilidade e disposição em contribuir", escreveu o comitê.
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