Equipes brasileiras podem mudar de material esportivo até Olimpíada
O adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021 fará com que diversos contratos assinados pelas confederações para o ciclo olímpico se encerrem antes da competição. Se o fim dos acordos com patrocinadores pode significar dificuldades financeiras na preparação, o encerramento de contratos de fornecimento de material esportivo pode deixar diversas equipes sem terem o que vestir na Olimpíada. Ou, dependendo da oferta, pode se tornar uma oportunidade para novas marcas.
Na Olimpíada, os atletas precisam usar roupas da fornecedora do Comitê Olímpico do Brasil (COB), atualmente a Peak, durante todo o tempo, exceto na competição em si. Nas quadras, campos, estádios, pistas, as confederações podem utilizar seus uniformes usuais, expondo marcas como Nike, Adidas, Mizuno, Asics. Num ambiente em que a publicidade é quase completamente proibida, essa única exceção vale um bom dinheiro.
Mas nem todas as confederações conseguem fechar acordos com empresas de material esportivo. A maioria das demais depende do uniforme fornecido pelo COB. Por isso, e para evitar a repetição de conflitos antigos, o comitê ainda no início do ciclo perguntou às confederações quais precisariam de material da Peak. As que tinham contrato até 2020 refutaram.
Só que a situação de muitas delas é incerta. É o caso da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), que tem contrato com a Nike só até 31 de dezembro deste ano. A marca norte-americana até agora não sinalizou oficialmente interesse na renovação, mas os uniformes de Tóquio já estão prontos para serem entregues à confederação. A Nike não respondeu se a entidade poderia utilizar o enxoval depois do fim do contrato - a empresa não comenta contratos em vigor.
O problema é o mesmo enfrentado pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), que também tem contrato com a Nike, marca que inclusive desenhou uniformes exclusivos para a seleção brasileira. A entidade não respondeu se já recebeu esses materiais, nem se poderia utilizá-lo. Informou apenas que "a confederação e a Nike são parceiras e acreditamos que essa relação será mantida". O Brasil deve brigar por diversas medalhas na modalidade.
Outra candidata a diversas conquistas, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) tem contrato com a Asics só até o final do ano, mas mostra otimismo na renovação: "Apesar da crise e do isolamento social, a CBV e a Asics têm mantido contato constantemente para alinhar a situação no que diz respeito a este ano e também a possível renovação do contrato para o próximo ciclo olímpico", disse a entidade, por nota.
A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) já se alinhou com a Mizuno e garantiu material para 2021, apesar do contrato também se encerrar no final do ano. Os contratos da Nike com as confederações de basquete (CBB) e de futebol (CBF) já incluíam a temporada 2021 - no caso da CBB, vai o acordo vai até 2024. A CBRu, do rúgbi, assinou no ano passado um acordo de quatro anos com a argentina Flash, que substituiu a Topper.
Para o COB, o adiamento dos Jogos Olímpicos não alterou o acordo com a Peak, uma vez que o contrato é para o ciclo olímpico. Será a primeira Olimpíada de Verão do comitê com a marca chinesa, depois de dois ciclos com a Nike, que não demonstrou interesse em renovar após 2016. Na falta de outras interessadas, o COB aceitou não receber dinheiro da Peak, apenas material esportivo. Antes, a Olympikus vestiu o Brasil em três Olimpíadas.
Onze modalidades devem vestir uniformes fornecido pela Peak em Tóquio: boxe, canoagem, ciclismo, golfe (se classificar), hipismo, pentatlo moderno, remo (se classificar), taekwondo, tênis de mesa, tiro com arco, levantamento de peso. No caso de ciclismo, hipismo e taekwondo, o material específico não é fabricado pela empresa.
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