Esposa de chefe do movimento paraolímpico deverá ter cargo com Bolsonaro
A técnica de hipismo paraolímpico Marcela Parsons foi indicada para ser a secretária nacional do Paradesporto no governo federal e aguarda nomeação do Ministério da Cidadania. Ela é esposa da mais alta autoridade do esporte paraolímpico no mundo, o brasileiro Andrew Parsons, que é presidente do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
A Secretaria Nacional do Paradesporto, subordinada à Secretaria Especial do Esporte, era uma ideia defendida pelo então ministro da Cidadania Osmar Terra (MDB), num aceno à primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela tem trabalho social junto à comunidade surda, que agora busca reconhecimento junto ao movimento paraolímpico.
No passado, os surdos rejeitaram fazerem parte desse movimento e, por isso, até hoje, não existem nos Jogos Paraolímpicos competições destinadas a eles. Atualmente os surdos têm seu próprio evento internacional, a Surdolimpíada, mas as entidades que representam o Brasil não têm financiamento federal contínuo, como as confederações olímpicas e paraolímpicas. A ideia de criar uma secretaria do paradesporto no governo federal ocuparia essa lacuna.
A proposta, porém, ficou travada durante os 14 meses em que a Secretaria Especial do Esporte foi ocupada por militares. No evento de posse do novo secretário, Marcelo Magalhães, próximo do presidente e do senador Flávio Bolsonaro (PRB), o ministro Onyx Lorenzoni anunciou que criaria a nova Secretaria do Paradesporto. Marcela estava presente a este evento.
A criação da secretaria saiu do papel em 21 de maio, mas o Olhar Olímpico apurou que, antes disso, Marcela já era apresentada como nova secretária. Diretora de Adestramento Paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), ela tem longo currículo na área de equoterapia.
Andrew, que foi de estagiário de jornalismo a presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), chegou à presidência do IPC em 2017. A principal mancha pública na sua gestão frente ao CPB envolve exatamente a esposa. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades tanto no fato de ela gerir, pela CBH, convênios com o CPB, quanto por recursos da Lei Agnelo/Piva pagarem viagens de primeira classe para ela, como acompanhante do marido em missões oficiais. No acórdão mais recente sobre a polêmica, a multa aplicada a ela pelo TCU ficou em R$ 2 mil.
A reportagem procurou Andrew pedindo por um comentário de Marcela sobre seu aceite ao cargo no governo federal, mas ela não retornou o contato. A Secretaria Especial do Esporte diz que só comenta nomeações depois que elas são publicadas em Diário Oficial.
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