Comitê olímpico dos EUA se desculpa por punir atleta por gesto antirracismo
O Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos (USOPC) acatou os apelos públicos dos últimos dias e pediu desculpas à lançadora de martelo Gwen Berry por suspendê-la após os Jogos Pan-Americanos de Lima, no ano passado. A atleta, negra, levantou o braço direito no pódio em que ganhou a medalha de ouro, em protesto contra o racismo, e sofreu um gancho de um ano por isso.
Quando os protestos contra a violência policial contra negros estouraram nos Estados Unidos e a USOPC se colocou ao lado "daqueles que exigem igualdade", Berry foi ao Twitter exigir um pedido formal de desculpas da USOPC e a retirada da sua suspensão de um ano. Recebeu logo o apoio de diversos outros atletas.
Ontem (4), Berry contou que recebeu um telefonema da CEO do comitê olímpico, Sarah Hirshland, com um pedido de desculpas. A líder do movimento olímpico norte-americano depois se pronunciou no Twitter:
"Agradeço a Gwen por seu tempo e sua honestidade na noite passada. Eu a ouvi. Pedi desculpas por como minhas decisões a fizeram se sentir e também fiz o meu melhor para explicar por que as tomei. Gwen tem uma voz poderosa nesse diálogo nacional e tenho certeza que juntos podemos usar a plataforma do esporte olímpico e paraolímpico para enfrentar e combater a desigualdade sistemática e o racismo em nosso país", escreveu Sarah Hirshland.
Antes, na terça, a USOPC havia suspendido a punição de 12 meses aplicada a Berry e também ao esgrimista Race Imboden, que se ajoelhou no pódio do Pan, também pela causa antirracista. A lançadora de martelo, porém, disse que a suspensão lhe custou US$ 50 mil em perdas de patrocínios. Ela também cobrou que o comitê olímpico se desculpe formalmente, por carta. A entidade tem uma política de coibir protestos políticos de seus atletas em missões.
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