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Demian diz a lutadores que agredir quem pensa diferente é 'inadmissível'

Retrato do lutador Demian Maia - Lucas Lima/UOL
Retrato do lutador Demian Maia Imagem: Lucas Lima/UOL

08/06/2020 14h19

O lutador de MMA Demian Maia publicou no seu Instagram um texto, denominado "Carta aos lutadores", em que critica aqueles que defendem o uso de violência contra adversários políticos. No sábado (6), o colunista do UOL Rogério Gentili revelou que a Polícia Civil de São Paulo havia detectado que lutadores de arte marciais planejavam fazer uma "verdadeira guerra" na avenida Paulista, no domingo (7).

"Se existe algo que devemos aprender com isso é ter empatia. Não é xingando ou com violência física que resolvemos conflitos no mundo democrático. Sair à rua para agredir pessoas que não pensam como nós é inadmissível. Devemos ouvir, tentar entender e argumentar com quem não pensa como nós. Esse é um grande momento para fazer essa reflexão e tentar diminuir o sofrimento da humanidade, não aumentá-lo. Só assim sairemos melhores de tudo isso", escreveu.

Na carta, Demian conta que está com o coração "partido", devido à internação do sogro por Covid-19, e diz que as manifestações nem deveriam ocorrer para evitar aglomerações. "Tenho grades amigos tanto pró-governo quanto da oposição. Tenho boas relações com todos, mesmo não tendo votado nesse presidente e sendo um crítico da sua administração. Isso não me impede, no entanto, de ser amigo e amar pessoas que não pensam como eu, apesar de me considerar alguém mais à esquerda. É triste ver um mundo tão intolerante com o pensamento divergente, tanto à direita quanto à esquerda".

O lutador também afirma enxergar ignorantes " de todos os lados". Uma esquerda burra, acreditando que vai evitar preconceitos usando um 'x' no lugar do pronome, para referir-se a um transgênero. Que nem sabe que essa teoria - de que tudo é mediado por linguagem - vem de pensadores do século passado, e é bastante questionável. Só educação e debate diminuirão sexismo, racismo... E uma direita ainda mais burra, que faz manifestações antidemocráticas pedindo a volta do AI-5, sem saber o que isso significou e quanto sofrimento causou", escreveu.

CARTA AOS LUTADORES Escrevo essa carta com o coração partido, após a internação do meu sogro por Covid-19 e refletindo sobre as manifestações de hoje (que nem deveriam existir, para evitar aglomerações). Vocês que me seguem sabem que nunca falei do meu posicionamento, e mantenho essa parte da minha vida bastante privada. Porém, hoje acho necessário falar. Tenho grades amigos tanto pró-governo quanto da oposição. Tenho boas relações com todos, mesmo não tendo votado nesse presidente e sendo um crítico da sua administração. Isso não me impede, no entanto, de ser amigo e amar pessoas que não pensam como eu, apesar de me considerar alguém mais à esquerda. É triste ver um mundo tão intolerante com o pensamento divergente, tanto à direita quanto à esquerda. Nesse quesito conseguimos ser bastante democráticos…tem ignorantes de todos os lados. Uma esquerda burra acreditando que vai evitar preconceitos usando um "X" no lugar do pronome, para referir-se a um transgênero. Que nem sabe que essa teoria - de que tudo é mediado por linguagem - vem de pensadores do século passado, e é bastante questionável. Só educação e debate diminuirá sexismo, racismo... E uma direita ainda mais burra, que faz manifestações antidemocráticas pedindo a volta do AI-5, sem saber o que isso significou e quanto sofrimento causou. Se existe algo que devemos aprender com tudo isso é ter empatia. Não é xingando ou com violência física que resolvemos conflitos no mundo democrático. Sair à rua para agredir pessoas que não pensam como nós é inadmissível. Devemos ouvir, tentar entender e argumentar com quem não pensa como nós. Esse é um grande momento para fazer essa reflexão e tentar diminuir o sofrimento da humanidade, não aumentá-lo. Só assim sairemos melhores de tudo isso. PS: para quem tem dificuldade de interpretação de texto. Não chamei toda esquerda ou toda direita de burra, apenas uma parcela. Quanto ao posicionamento, sou a favor de vários princípios da direita (livre mercado, liberdade individual...), mas na parte social acredito que sou um pouco mais à esquerda.

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