Secretário cego que emocionou primeira-dama foi pioneiro em Paraolimpídas
A cerimônia de posse do Secretário Nacional de Justiça, ontem (8), emocionou a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Isso porque o novo ocupante do cargo, segundo na hierarquia do Ministério da Justiça, Claudio de Castro Panoeiro, é cego. Antes de se formar em direito e de quebrar paradigmas no direito, o novo secretário foi o primeiro nadador cego brasileiro a disputar uma Paraolimpíada.
Panoeiro é completamente cego desde os 17 anos, depois de perder a visão ao longo da infância e da adolescência, consequência de uma doença que ele tem desde nascença, a retinose pigmentar. Em 1996, foi um dos 60 paratletas brasileiros nos Jogos de Atlanta. Junto a Fabiana Harumi Sugimori, os únicos nadadores cegos da delegação.
O agora secretário nacional de Justiça disputou cinco provas, sendo desclassificado de uma e chegado à final de duas: foi sétimo nos 100m peito na classe B1 e oitavo nos 200m peito na B2.
Formado em direito na UFRJ, ingressou na Advocacia-Geral da União em 2005 e, cinco anos depois, se tornou o primeiro cego a fazer uma sustentação oral no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em janeiro deste ano, apresentou sua tese de doutorado pela Universidade de Salamanca (Espanha), onde usou a Olimpíada Rio-2016 para discutir transparência e integridade em grandes eventos desportivos.
Na sua posse na secretaria, ontem, a primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou com a voz embargada. "Infelizmente a deficiência ainda é considerada sinônimo de limitação. Cabe a nós acreditar no potencial de cada um desses cidadãos e oferecer a eles ferramentas certas para que possam desenvolver suas habilidades sem barreiras", disse.
O ministro da Justiça, André Mendonça, fez questão de destacar que Panoeiro foi nomeado pela competência. "O Ministério da Justiça abre as portas para um secretário que faz história pela superação e pela capacidade. Você (Panoeiro) assume esse cargo pela capacidade", afirmou.
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